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regina carvalho
O juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, afirmou à Gazetaweb
não mais ter condições de atender aos pedidos de vagas feitas pela Polícia Civil
no sistema prisional. O magistrado culpa o Estado pela situação observada nos
presídios alagoanos. “Isso é fruto da ineficiência do Estado. O sistema
prisional está em colapso”, disse o magistrado.
O juiz, no entanto,
disse ter aberto exceção para quatro presos da Delegacia de União dos Palmares –
sendo três homens e uma mulher –, diante do risco iminente denunciado pelo
sindicato que representa os policiais civis. “Não tenho mais como autorizar a
vinda de presos. Precisamos de mais edificações porque a demanda aumenta todos
os dias. O sistema não acompanha. Além disso, há os problemas estruturais, que
comprometem a custódia”, acrescentou o juiz da Vara de Execuções
Penais.
Segundo Braga Neto, todas as unidades, oito no total, em Maceió e
em Arapiraca, abrigam praticamente o dobro do número de presos da sua
capacidade. “É preciso que se tome alguma decisão em relação à superlotação”,
reforçou.
Já o superintendente-geral de Administração Penitenciária
(Sgap), coronel Carlos Luna, explicou que a situação é crítica, ressaltando,
porém, que há a expectativa de abertura de novas vagas. “Em agosto, deveremos
entregar o presídio de Craíbas, com quase 800 vagas. E ainda teremos outro
presídio em Maceió, ofertando mais uma mil vagas”, disse Luna, acrescentando
que, atualmente, as unidades prisionais contam com 1.840 vagas, apesar de 2.940
reeducandos ocuparem os presídios.
Para piorar a situação, semanalmente,
segundo explicou Carlos Luna, o sistema prisional alagoano recebe cerca de 60
presos de delegacias da capital e interior.