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A poesia palmarina está viva e tem representantes espalhados por todo o
país. A poeta Luana Tavares é uma dos 250 selecionados no "Concurso
Nacional Novos Poetas. Prêmio Poetize 2013", que contou com mais de 2000
escritos. Ela é a única representante do Estado de Alagoas que tem sua poesia
no livro "Poesia Livre". O concurso está na terceira edição.
A Vivara Editora abriu inscrição do concurso no final do ano passado.
Cada autor poderia inscrever três poemas inéditos, de qualquer temática. Mas
apenas um entraria para a coletânea. A editora queria, com esse concurso, ver
como está o panorama da "nova poesia brasileira".
Luana Tavares, disse que não acreditou quando recebeu a notícia que seu poema
"As Horas" estaria na coletânea. "O livro chegou segunda-feira.
Eu tive uma sensação estranha ao ver o poema publicado, ver meu nome, o nome da
minha cidade, União dos Palmares, é uma emoção diferente. Um reconhecimento e
ao mesmo tempo sei que estou no caminho certo",. diz, e acrescenta que
"o poema que passou por um crivo de especialistas, agora será também
avaliado por todos que vão ler o livro/poema".
A poesia de Luana
As Horas
Sigo sem saborear as horas
À procura de algum lugar
Um lugar dentro de mim
Um lugar fora de mim
Onde possa te encontrar
Paro no meio da noite
E a estrada não tem fim
Sigo no silêncio sem a tua mão
Caminho pelo avesso
Tua voz na contramão
Sigo sem poder sobrestar
Paro sem que possa prosseguir
Mais uma noite incompleta
O dia amanhece e o sangue corre
Escorre ácido onde você não está
Deve haver um lugar
Que você não vai estar
Dentro ou fora de mim
O sangue seco é caminho seguro
Por onde sigo sorrindo no escuro
Sei que aqui teus passos rasgaram
As rosas que sangram sem misericórdia
Sigo o sangue seco das rosas
Paro em algum lugar
Dentro ou fora de mim
Toda hora é hora de te reencontrar
É tua voz outra vez na contramão
Dou de cara com o abismo alucinado
Ele quer me devorar, já passou da hora
Sinto muito, já passou da hora
Os olhos da moça bem de leve me tragaram.
Sigo sem saborear o compasso
de prazer de cada hora
Passo sem poder te olhar,
dou de cara com o futuro
Salto para dentro do presente
No teu riso quase lindo
Deve haver algum lugar
Em que você não vai estar
Não sei se dentro ou fora de mim
E a noite já se finda, salto sobre o fogo
Me abrigo na saudade do que já não há
Quer saber de fato o que sinto?
Dê de cara com um abismo
Entre então num labirinto
Sinta os fios da marionete
Ela pensa caminhar sozinha
Aí você decide mudar o ritmo do blues
Os fios soltam e de nada adiantou
Não vai andar...
Paro no tempo e o tempo não me para
Então, parta meu amor antes que me partas.
As nossas vidas curtas
Se juntas só terão triste fim
Teu beijo sempre foi um adeus anunciado
O fim sem começo
Minha boca, tua língua
É amor minha querida
Sigo sem poder sobrestar
Paro sem que possa prosseguir
Deve haver algum lugar
Que você não vai estar
Dentro ou fora de mim...