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A multiplicação de "drogas de design" representa um "grave risco para a saúde
pública", advertiu nesta terça-feira (5) a Junta Internacional de Fiscalização
de Entorpecentes (INCB, na sigla em inglês), agência da Organização das Nações
Unidas (ONU) com sede em Viena
"Os últimos anos registraram um aumento
sem precedentes de abuso de novas substâncias psicoativas, geralmente chamadas
de drogas sintéticas, euforizantes legais ou euforizantes vegetais", explica o
INCB em seu relatório anual de 2012.
"Na Europa, por exemplo, o número de
novas substâncias psicoativas registradas passou de uma média de cinco por ano
entre 2000 e 2005, para quase dez vezes mais em 2011, ou seja, quase uma nova
substância cada semana", afirma o texto.
Especialistas calculam que "o
número total de substâncias no mercado é da ordem de milhares". E esses
compostos não estão sob controle internacional, mas têm os mesmos efeitos
psicoativos das drogas controladas, insiste o INCB.
O órgão da ONU exige
uma "ação coordenada dos países para prevenir a fabricação, o tráfico e o abuso
dessas substâncias".
O excesso de consumo de medicamentos administrados
com receita é outro grande problema destacado no documento do INCB. Esse
fenômeno afeta todo o mundo, principalmente na América do Norte, no Sul e
Sudeste da Ásia, e em alguns países da Europa e da América do Sul, o que
"representa um grave problema de saúde e social", denunciou o INCB.
O uso
abusivo desses remédios também aumenta o risco de infecção por HIV e hepatites B
e C.
"Mais de 6% dos alunos do ensino médio abusam de tranquilizantes em
alguns países da América do Sul", destaca a agência da ONU. O INCB apontou,
ainda, o problema ligado aos "programas de maconha para uso medicinal,
autorizados pelo direito internacional dentro das condições específicas
enunciadas na convenção única de 1961 sobre entorpecentes".
O INCB é um
órgão independente que vigia e promove a aplicação das convenções da ONU sobre o
controle de drogas. A cada ano, o órgão publica um relatório e faz recomendações
aos países e organizações internacionais sobre as políticas contra
entorpecentes.