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Acidente
05/10/2025 00:00:00

Conflito em Gaza Persiste Apesar de Apelos Internacionais e Diálogo com Hamas

Operações militares israelenses continuam enquanto líderes globais clamam por trégua e negociações de paz

Conflito em Gaza Persiste Apesar de Apelos Internacionais e Diálogo com Hamas

As forças militares de Israel continuam suas ações na Faixa de Gaza, mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitar uma pausa nos ataques. Este pedido foi feito após o grupo palestino Hamas aceitar liberar todos os reféns e propor princípios de um plano de paz para a região, sugerido pelos americanos. Uma equipe de defesa civil de Gaza informou que Israel conduziu dezenas de ataques na cidade durante uma noite marcada por intensa violência.

As Forças Armadas israelenses confirmaram a continuidade das operações na área e alertaram os civis para não retornarem às regiões ainda consideradas zonas de combate de risco. Segundo dados de diferentes fontes médicas, ao menos nove pessoas perderam a vida, incluindo três crianças, e várias outras ficaram feridas em bombardeios realizados na madrugada.

Esses ataques ocorreram logo após o Hamas anunciar sua disposição em libertar todos os reféns, conforme o plano de Trump, e solicitar negociações imediatas mediadas por terceiros para definir uma solução pacífica ao conflito. O ex-presidente americano comemorou por meio de um vídeo divulgado em suas redes sociais a decisão do Hamas, expressando otimismo de que a guerra na Faixa de Gaza está próxima de seu fim.

Além disso, Trump exigiu que Israel suspenda de imediato suas ações militares no enclave palestino, de modo a possibilitar a libertação dos reféns sob o controle do Hamas. Líderes internacionais reagiram positivamente à proposta de cessar-fogo. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, enfatizou que o momento é oportuno para avançar na direção de um acordo e destacou que um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns estão mais próximos do que nunca.

Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou que este é o instante para conquistar passos decisivos rumo à paz. Friedrich Merz, chanceler federal da Alemanha, reforçou a necessidade de interromper imediatamente os combates, destacando que essa seria a melhor oportunidade para alcançar a paz.

Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, considerou que a postura do Hamas representa um avanço significativo e pediu que todas as partes envolvidas cumpram o acordo sem demora. O Egito, mediador entre Israel e Hamas, elogiou a aceitação do grupo palestino às cláusulas essenciais do plano de resolução do conflito.

O Ministério do Exterior do Egito declarou que espera que esse passo positivo leve as partes a assumirem responsabilidades e a colocarem em prática as propostas de Trump no território. A Jordânia também prestou reconhecimento à mediação do Catar e do Egito, destacando o esforço dos EUA, incluindo sua oposição à anexação da Cisjordânia por Israel, e solicitou a suspensão imediata da operação militar israelense em Gaza.

Enquanto isso, o governo israelense anunciou que está se preparando para implementar a primeira fase do plano de paz, que visa a libertação dos reféns, levando em consideração a resposta do Hamas. A declaração oficial não mencionou o pedido de Trump para o fim dos bombardeios. Em nota, a assessoria do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que continuará cooperando com o presidente americano e sua equipe para encerrar a guerra, alinhando-se à visão de Trump de solucionar o conflito.

O plano de Trump, apresentado na última segunda-feira na Casa Branca, inclui 20 pontos, inicialmente aceitos por Netanyahu, que propõe o fim imediato do combate, a libertação dos reféns pelo Hamas e a criação de um governo de transição em Gaza sob supervisão americana e de Tony Blair.

Entre as propostas, também está a desmilitarização da região e a potencial negociação para um futuro Estado palestino — ideias que Netanyahu rejeita. Trump investiu grande capital político para tentar encerrar um conflito que já dura quase dois anos, que resultou em milhares de vítimas e tem isolado cada vez mais Israel na arena internacional. Após os bombardeios, grupos de familiares dos reféns reforçaram a necessidade de encerrar os ataques para evitar danos irreparáveis. Segundo eles, é urgente que o primeiro-ministro Netanyahu inicie negociações rápidas para garantir o retorno seguro de todos os reféns para casa.

Internamente, a liderança israelense enfrenta uma divisão: de um lado, há forte pressão de familiares de vítimas e parte da população por uma trégua; de outro, grupos de linha-dura dentro da coalizão de extrema direita insistem na continuidade do conflito. A ofensiva de Israel foi desencadeada após um ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou aproximadamente 1,2 mil mortos e resultou na captura de 251 reféns que foram levados para Gaza.

Estima-se que o Hamas mantenha ainda 48 reféns, sendo que 20 estariam vivos. Desde então, as ações militares israelenses na região causaram a morte de mais de 60 mil pessoas, principalmente civis, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Os bombardeios destruíram grande parte da infraestrutura da área, agravando a crise humanitária e provocando uma escassez de alimentos e suprimentos básicos.