Na região do Loire-Atlântico, um navio de bandeira de Benin, conhecido pelo nome Boracay, foi autorizado a seguir viagem após ter sido detido próximo ao porto de Saint-Nazaire.
A apreensão ocorreu devido às suspeitas de que o petroleiro estaria operando como um porta-drones, uma ameaça que, segundo o presidente Vladimir Putin, tem causado uma "revolta histórica" na Europa. O transporte marítimo, que também recebe o nome de Pushpa e anteriormente era chamado Kiwala, troca de identificação e bandeira com frequência, prática comum na frota paralela russa para evitar sanções internacionais. No último ano, o navio foi detido pela Marinha da Estônia.
Durante sua navegação em águas próximas à Dinamarca, drones invadiram sua área, coincidindo com o momento em que líderes da União Europeia se reuniam em Copenhague para discutir uma maior assistência à Ucrânia.
Especialistas israelenses apontam que tais coincidências não são acidentais. A embarcação, cujo nome faz referência a uma praia paradisíaca nas Filipinas, é suspeita de estar vinculada a operações de espionagem e ataques com drones na Europa. Drones do tipo Geran, incluindo o iraniano Shahed 136 — usado pelos camicases contra a Ucrânia —, além de sistemas híbridos VTOL que decolam e pousam verticalmente, são considerados responsáveis pelos incidentes recentes.
Esses veículos não tripulados, muitas vezes controlados por inteligência artificial, operam em regiões próximas a aeroportos europeus e bases da OTAN. As investigações continuam, com dados de sensores coletados em tempo real pela União Europeia, integrados a satélites e plataformas espaciais, para rastrear a trajetória da embarcação e os movimentos dos drones.
Ainda não há provas definitivas que confirmem a culpa do Boracay/Pushpa, embora sua rota indique proximidade de ações envolvendo invasões de aeroportos. O presidente Emmanuel Macron criticou duramente o que chamou de "gravíssimos crimes" relacionados ao navio, e as autoridades de Saint-Nazaire mantêm as investigações em andamento.
Enquanto isso, fontes de inteligência destacam que vários drones utilizados nestes ataques são modificados de modelos comerciais, dificultando sua identificação. Moscou nega qualquer controle remoto sobre os veículos, embora a maioria deles seja atribuída a modelos iranianos ou híbridos de tecnologia avançada, empregados em operações de espionagem e infiltração.