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Acidente
21/08/2025 12:00:00

Câncer de mama raro associado a próteses é identificado por médicos brasileiros

Especialistas garantem a segurança dos implantes de silicone e ressaltam a raridade de casos tumorais

Câncer de mama raro associado a próteses é identificado por médicos brasileiros

Profissionais da saúde no Brasil relataram, pela primeira vez, a ocorrência de um carcinoma mamário vinculado a próteses de silicone. O carcinoma espinocelular, que foi diagnosticado, é considerado extremamente raro, com apenas cerca de 20 casos registrados globalmente. O diagnóstico foi realizado no Hospital do Amor, localizado em Barretos, São Paulo.

Os especialistas enfatizam que a incidência desse tipo de câncer é excepcional e que os procedimentos de colocação de silicone são, de maneira geral, seguros. O estudo não só apresenta descobertas significativas, mas também serve como um alerta para que ginecologistas, mastologistas, cirurgiões plásticos e outros profissionais da saúde tenham clareza sobre as condutas adequadas a serem adotadas em casos semelhantes.

O caso em questão envolveu uma paciente de 38 anos que possuía o implante há mais de uma década. Ela procurou atendimento médico devido a um crescimento anômalo e dor em um dos seios. Após a realização de exames, os médicos identificaram a presença de câncer em um estágio avançado, localizado na cápsula mamária, que é a membrana que se forma ao redor do implante.

A descoberta ressalta a importância do monitoramento contínuo dos implantes e estabelece diretrizes para o manejo da doença. O mastologista Idam de Oliveira Junior, que coordenou a equipe responsável pelo tratamento, afirmou: "Não deve haver espaço para que o medo interfira nas decisões da paciente. Todo o processo precisa ser amplamente discutido e fundamentado em evidências científicas."

O oncologista Gilberto Amorim, da Oncologia D'Or, acrescenta que não há razão para pânico. "Na maioria das vezes em que a prótese endurece, isso não indica câncer", observou. Em 2019, ele publicou um estudo a respeito de um caso de linfoma associado a implantes mamários, outra neoplasia rara que contabiliza pouco mais de 1.200 casos.

Para Amorim, a mensagem central do estudo é alertar os profissionais sobre a necessidade de cuidados, especialmente os ginecologistas. "No Brasil, são eles que mais acompanham essas mulheres, por isso precisam ter conhecimentos em mastologia", destacou.

Embora a presença de líquido ao redor da prótese, conhecido como ceroma, seja uma condição comum após o implante, é um dos sinais que merece atenção. "Frequentemente, uma paciente relata ceroma e o médico se limita a realizar apenas a punção do líquido, sem uma avaliação mais detalhada", comentou.

Amorim reafirma que os implantes mamários são procedimentos bem estabelecidos e seguros. Ele também alerta que a maioria dos tumores que surgem em pacientes com silicone não estão relacionados ao procedimento, e não existem evidências que sugiram que a idade da prótese esteja ligada ao desenvolvimento da doença.