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Guerra
12/12/2024 02:00:00

Pela primeira vez, Ucrânia relata número total de baixas desde o início da invasão russa

Zelensky detalha perdas ucranianas e critica relatos inflados sobre o conflito; Rússia também enfrenta números altos

Pela primeira vez, Ucrânia relata número total de baixas desde o início da invasão russa

Ucrânia perdeu 43 mil soldados em combate e registrou 370 mil feridos desde o início da invasão em grande escala pela Rússia em fevereiro de 2022. A afirmação partiu do presidente Volodymyr Zelensky, na primeira divulgação oficial do total de baixas do país na guerra. O anúncio foi feito em uma publicação no Telegram, dias após o presidente eleito dos Estados UnidosDonald Trump, afirmar que Kiev “perdeu absurdamente 400 mil soldados”. As informações são do site Politico.

Segundo Zelensky, metade dos soldados feridos consegue retornar ao serviço, e todos os casos são registrados, inclusive ferimentos leves e reincidências. Ele também destacou o êxito na recuperação de prisioneiros de guerra. “Não podemos esquecer que conseguimos trazer de volta 3.767 guerreiros do cativeiro russo”, afirmou.

O presidente ucraniano rebateu declarações e estimativas que considera exageradas. Em fevereiro deste ano, ele havia informado a morte de 31 mil militares, mas evitou divulgar o número de feridos, justificando que não queria fornecer informações estratégicas ao Kremlin.

As baixas ucranianas, no entanto, são inferiores às estimadas para o lado russo, que, segundo Zelensky, ultrapassam 750 mil, incluindo 198 mil mortes e mais de 550 mil feridos. Ele destacou que, desde setembro, a Rússia tem perdido cinco ou seis soldados para cada ucraniano morto em combate.

Zelensky também voltou a enfatizar a necessidade de um acordo de paz duradouro, com garantias contra novas agressões russas. “Um cessar-fogo sem garantias significa que o conflito pode ser reacendido a qualquer momento, como Putin já fez antes”, declarou. “Para garantir que não haverá mais baixas ucranianas, precisamos da confiabilidade da paz e não ignorar a ocupação”, concluiu.

Adesão à Otan, com ressalva

Na semana passada, o líder ucraniano sugeriu uma solução inédita, dizendo que o país aceitaria aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) com uma importante concessão à Rússia: o artigo 5, que garante a defesa coletiva, não se aplicaria às áreas atualmente ocupadas por Moscou.

A sugestão marcou uma importante mudança de postura de Zelensky, que em abril classificou qualquer medida nesse sentido como “primitiva. Um possível motivador seria a entrada de Trump no governo norte-americano, dada a expectativa de que adote uma postura mais cautelosa em relação ao apoio à Ucrânia.

A proposta de Zelensky, na prática, dividiria a Ucrânia em duas regiões. Uma que inclui todo o território atual, como Kiev e Kharkiv, teria que ser defendida. Mas não haveria obrigação de defesa do resto do território, essencialmente no leste do país, que foi tomado pelas tropas russas.