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28/01/2010 00:00:00

Municípios

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com cadaminuto // karen emanuelle

A prefeita de Porto Real do Colégio, Rita Bonfim (PTB) responderá a duas ações no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), impetradas pela procuradora do Ministério Público Federal (MPF) Niedja Kaspary e pelo Juiz da 37º Zona eleitoral, André Avancin, no último dia 25. A prefeita foi eleita nas eleições suplementares de março de 2009, que aconteceram também nos municípios alagoanos de Porto de Pedras, São José da Laje e Estrela de Alagoas.

Além da prefeita, Edes Soares e o cunhado da prefeita Ronaldo Bomfim (conhecido como Bôlola) são acusados de compra de votos e corrupção e fraude. As ações têm como base os inquéritos de nº0238/2009 e 0331/2009 instaurados pela Policia Federal (PF). Rita Bomfim venceu o segundo colocado Eval de Oliveira (PC do B) por apenas 39 votos, o que surpreendeu a população.

De acordo com um funcionário da prefeitura de Porto Real do Colégio, que preferiu não se identificar, as denúncias foram feitas à procuradora por moradores do município. Ele afirmou que durante o processo eleitoral houve distribuição de material de construção e pagamento para quem votasse em Rita Bomfim.

“Ao invés de procurarem o fórum os eleitores preferiram entrar em contato com a procuradora. Ela pediu a abertura das ações, que foram encaminhadas para o TRE, que deve enviar o processo para a Comarca de Porto Real do Colégio, onde será recomendada a cassação da prefeita”, contou o funcionário.

Sobre o problema ocorrido no armazenamento dos votos em uma das urnas eletrônicas ele disse que antes disso acontecer, já havia sido divulgado um boletim preliminar. “O problema no disquete só aconteceu no final da eleição, mas os boletins de urna eram impressos e entregues aos fiscais dos partidos”, explicou.

Ainda segundo o funcionário, as eleições no município foram marcadas por campanhas que utilizaram muito dinheiro, a exemplo da que concedeu a vitória a prefeita Rita Bomfim. “Algumas pessoas receberam até R$ 1000 reais para votar nela e o cunhado e o irmão também estão envolvidos”, afirmou.

Ele destacou que a administração da prefeita de Porto Real do Colégio tem deixado a desejar, já que o pagamento dos saláros estavam atrasados há dois meses, além da falta de investimento na infra-estrutura do município. Ele contestou o orçamento da prefeitura, que atribuiu à crise o problema no pagamento dos salários.

“Por causa do atraso nos salários ela foi chamada até o Fórum, mas após isso só pagou um mês. No Portal da Transparência os gastos giram em torno de R$ 22 milhões e não vemos nenhuma obra na cidade. As praças estão abandonadas e só estão asfaltando 1km na entrada do município porque o governador vem pra cá e pediu isso”, lamentou.

Não é a primeira vez que o MPF move ações contra prefeitos alagoanos por crimes eleitorais. No último dia 20, o Ministério Público Eleitoral (MPE) ofereceu denúncia ao TRE contra o prefeito de Poço das Trincheiras, José Gildo Rodrigues Silva, em ação movida pela procuradora Niedja Kaspary por ameaça, constrangimento e coação de eleitores durante a campanha para as eleições municipais de 2008.

Já em Traipú o MPF obteve liminar da Justiça para afastar do cargo o prefeito de Traipu, Marcos Santos, acusado de desviar mais de cinco milhões de reais em verbas públicas. Seu antecessor, Valter Canuto, oito funcionários da prefeitura e 13 empresas respondem à ação por improbidade movida pela Procuradoria da República no Município de Arapiraca (PRM-Arapiraca) com base no relatório de fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU) e nas investigações da PF (Operação Carranca) e do próprio MPF.

Em contato com a reportagem do CadaMinuto, pessoas ligadas a Edes Soares negam qualquer envolvimento  dele com compra de votos, corrupção e fraude. "Tudo isto é mentira. Edes Soares é uma pessoa que não tem ligação com a política', informou.