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Populares que retornavam do trabalho para casa encontraram em uma estrada vicinal que dá acesso ao antigo escritório da “Cidade Hortigranjeira” na zona rural de União dos Palmares por volta das 19,15 horas desta segunda feira (14), o corpo do adolescente A.M.J., de 16 anos de idade, residente na Rua do “Calçamento” no bairro Sagrada Família na periferia da cidade, parcialmente dilacerado a golpes de facão e de faca-peixeira.
Uma guarnição com os sargentos Marcos e Amauri se deslocou ao local, isolou a área e acionou a policia judiciária que comunicou o achado macabro ao IC e ao IML que estiveram no local pouco mais de uma hora após o comunicado, efetuaram os primeiros levantamentos e removeram o cadáver para o IML para necropsia.
Os curiosos, os policiais e a imprensa que estavam no local presenciaram uma cena comovente quando o pai da vitima identificado como Antonio Mandú da Silva de 56 anos chegou ao local e reconheceu seu filho inerte em uma poça de sangue, parcialmente degolado e com várias facadas nas costas, abdômen, coração e até na cabeça, o que levou os policiais envolvidos na investigação a classificar o crime como um dos mais bárbaros registrados na história das policiais de União nos últimos quinze anos.
“Meu filho era um menino bom, me ajudava a vender farinha no mercado, todos os dias ia a cidade estudar no Grupo Jorge de Lima e nas horas de folga carregava feira do povo para completar o orçamento da casa, inclusive, eu e ele estávamos juntando algum dinheiro já que ele pretendia ir embora para São Paulo” afirmou o pai da vitima em desespero.
Mais calmo o homem disse a policia que tinha alguns suspeitos, mas citou nenhum nome. Apenas afirmou que “algumas pessoas do Mutirão (como é conhecido o Bairro Sagrada Família onde a família Mandú reside) que foram presas recentemente viviam chamando meu filho para praticar o trafico de drogas, mas ele nunca quis. Certamente sua morte foi por causa disso, já que alguns desses rapazes já foram soltos” afirmou o homem bastante nervoso.
Segundo os peritos do IC, que encontraram um caderno conhecido como “de oito matérias” com alguns exercícios escritos e manchado de sangue, o menor ainda tentou se defender dos golpes com as mãos, o que não conseguiu, tendo sido levantada a hipótese de ter sido mais de uma pessoa quem executou o crime.
Um outro fato que despertou suspeitas é que junto ao cadáver foi encontrado um telefone celular com vários números na memória. Chamados alguns desses números pelos policiais, ninguém conhecia a vitima, levando a suposição que na luta um dos matadores ao fugir deixou cair o celular pista esta que pode levar a policia a identificar o autor ou autores da barbárie.
O delegado Regional Cicero Lima determinou a presença dos agentes da policia civil no local para arrolar testemunhas e na manhã desta terça feira (15) deverá iniciar o inquérito com a oitiva de familiares e testemunhas do crime.