com tudonahora // carlos madeiro
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Alagoas denunciou, nesta quarta-feira, que as 60 famílias acampadas na fazenda Alexandrina, no município de Belo Monte (a 200 km de Maceió), foram expulsas de forma violenta por homens armados.
Em relato encaminhado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o MST alega que, por volta das 16 horas da tarde da última segunda-feira, cinco homens armadosinvadiram o acampamento onde viviam os trabalhadores vivem há dois anos.
O MST diz que os cinco homens estavam armados com uma espingarda calibre 12. Entre eles estaria um sobrinho do proprietário da fazenda. O Tudo na Hora tentou um contato do fazendeiro, mas não conseguiu.
“Eles chegaram numa caminhonete Mitsubishi intimidando as cerca de vinte famílias presentes no momento e exigindo que saíssem da área. Eles usaram os gritos de “desocupa agora mesmo!” ou “vocês vão é morrer!”, os pistoleiros expulsaram as famílias, que não tiveram chance de reagir aos socos e coronhadas de espingardas”, disse o MST em nota.
Segundo o assessor de comunicação do MST, Rafael Soriano, as famílias acampadas no local já teriam sido ameaçadas há cerca de um mês, quando homens também armados passaram em um carro e teriam efetuados disparos contra os barracos e intimidando as famílias. “Eles chegaram lá atirando e perguntando pelos líderes do movimento. Nessa época, relatamos as ameças em um boletim de ocorrência na delegacia de Jacaré dos Homens e informamos agora ao Incra do caso”, contou.
Após o episódio, as famílias expulsas foram abrigadas no acampamento Seis de Janeiro, no município de Jacaré dos Homens, onde devem permanecer até uma solução para o problema. "A fazenda já foi vistoriada pelo Incra e foi decidido pela desapropriação, mas ainda está rolando o processo", disse.
Sem conhecimento
Procurado pelo Tudo na Hora, o superintendente do Incra em Alagoas, Gilberto Coutinho, informou que não tinha conhecimento da suposta ação violenta às famílias. “Estou surpreso, já que não tinha conhecimento de clima de tensão no local”, assegurou.
Coutinho confirmou que o Incra já realizou vistoria na fazenda, que deve ter a parte burocrática resolvida em breve. “O processo está realmente em andamento. Foi feita uma vistoria e estamos fechando os trabalhos”, afirmou.
O superintendente adiantou que deve procurar os órgãos de segurança pública do Estado para relatar o caso e pedir investigações.