03/10/2025 21:26:04

10/11/2009 00:00:00

Municipios

Municipios

com agência alagoas // ednar costa e viviane chaves

Os secretários de Estado da Saúde, Herbert Motta, e da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda, se reuniram nesta terça-feira (10) para discutir ações de saúde destinadas às populações quilombolas de Alagoas. Na ocasião, ficou definido que os secretários, acompanhados de equipes técnicas, vão realizar uma visita nesta quinta-feira (12), a partir das 7h, aos quilombolas albinos da comunidade Filus, em Santana do Mundaú.

A iniciativa tem como objetivo a promoção e prevenção da saúde da população quilombola devido a maior incidência de algumas doenças na raça negra, como glaucoma, hipertensão, diabetes e anemia falciforme, além do câncer de pele, nos albinos quilombolas.

“Iremos disponibilizar protetor solar para a comunidade de albinos, além de orientações de um médico dermatologista sobre ações preventivas, como o uso de roupas de algodão, chapéu e guarda-sol. Paralelo a esta atividade, estamos formatando uma política estadual de saúde voltada às minorias, com foco nas inclusão social, e em consonância com os princípios da equidade e universalidade, preconizados pelo SUS”, informou Motta.

A secretária Wedna Miranda defendeu que as políticas públicas devem ter um olhar diferenciado para as populações historicamente negligenciadas, a exemplo dos quilombolas e indígenas.

“Quando olhamos as especificidades, nos deparamos com a necessidade desse olhar diferenciado. Precisamos montar um grupo de trabalho permanente para investigação das vulnerabilidades na área da saúde de populações específicas, de forma a atuarmos de maneira integrada na garantia de direitos e serviços de saúde, pensando na questão da mortalidade infantil e materna e nos problemas específicos da raça negra”, destacou.

O encontro contou ainda com a presença da gerente do Núcleo Afroquilombola da secretaria da Mulher, Elis Lopes, que já faz um trabalho reconhecido em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). "Na semana passada, o cirurgião plástico Fernando Gomes esteve na comunidade Filus para o planejamento de ações.

Precisamos trabalhar ações afirmativas para essas comunidades que vivem isoladas e discriminadas há cerca de 500 anos. É uma luta do movimento negro criar essas ações", afirmou.

Alagoas possui 24 comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, das 60 existentes, que representam cerca de 30 mil pessoas, localizadas principalmente em municípios do Agreste e Sertão. A comunidade Filus possui 35 famílias.