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10/11/2009 00:00:00

Polícia

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com alagoas24horas // luis vilar

A vereadora por Maceió, Heloísa Helena (PSOL), usou a tribuna da sede improvisada da Câmara Municipal de Maceió na manhã desta terça-feira, 10, para reclamar do tratamento que vem sendo dado ao padre Hidalberto Guimarães durante as investigações sobre a sua morte.

De acordo com Heloísa Helena, o crime tem sido tratado com traços de preconceito. “Além de matar a alma, querem matar a imagem do homem honesto e digno que era o padre”, salientou.

A vereadora disse que Hidalberto Guimarães era um ser humano de conduta ilibada e pediu ainda que fossem divulgadas as fotos da cena do crime. “O padre estava vestido dignamente. Querem matar duplamente o padre Guimarães”, destacou.

A vereadora lembrou a trajetória do religioso e o apontou como um homem de luta e preocupado com questões sociais. Heloísa Helena chegou a citar que, de passagem por uma paróquia, o padre chegou a vender picolés e fraldas para ajudar a comunidade e que se formou em jornalismo com “muita dificuldade”.

A vereadora Tereza Nelma (PSB) – apesar das divergências com Heloísa Helena – usou a tribuna logo em seguida para também lamentar a morte do padre Hidalberto Guimarães.

O crime

Hidalberto Guimarães foi assassinado na noite do sábado, dia 7, em sua residência, no bairro de Santa Lúcia. O padre foi morto com 18 facadas e pauladas.

De acordo com a Polícia Civil de Alagoas, duas pessoas se encontram presas por suspeitas do crime. Um adolescente de 16 anos de idade e Rafael Timóteo da Silva, 19 anos. Os dois serão indiciados por latrocínio, já que roubaram da residência de Hidalberto Guimarães um aparelho de DVD, uma par de tênis e uma caixa de cerveja.

Porém, Rafael Timóteo disse – em depoimento – que o padre queria manter relações sexuais com ele, o que teria motivado a briga e – consequentemente – o crime. Os jovens afirmaram, ainda, não conhecer o padre, e disseram desconhecer que o mesmo seria religioso, uma vez que Guimarães teria se identificado apenas como professor universitário. Já na residência do padre, Rafael Timóteo alega que o padre teria proposto fazer sexo no jovem, que diz ter cobrado R$ 100,00, mas aceitou apenas R$ 15,00.

Rafael afirma, ainda, que o religioso o teria forçado a fazer sexo utilizando uma faca, a mesma que - segundo o assassino - ele teria tomado das mãos de Guimarães e desferido três facadas. Durante a suposta luta corporal entre Rafael e Guimarães, o menor teria pegado outra faca e desferido mais uma facada contra a vítima. Na conta dos assassinos, o padre teria sido morto com quatro facadas, número distante das 18 encontradas pelo laudo da necropsia no corpo do religioso. O menor ainda confessou ter desferido várias pauladas contra a vítima.