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22/10/2009 00:00:00

Polícia

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com cadaminuto //

“A justiça sempre acontece aqui ou em outro plano” é com esta frase que a advogada Ana Gonçalves relata a expectativa sobre a prisão dos assassinos de seu irmão Cabo Gonçalves, morto em maio de 1996, com 12 tiros em um posto de gasolina no bairro da Serraria.

A apuração do assassinato do Cabo Gonçalves pode se tornar um marco na luta contra os chefões do crime organizado em Alagoas e no próximo dia 30 de outubro o juiz Mauricio Breda , da 7° Vara Criminal ouve os acusados, pelo menos os que estão vivos, do crime material contra o militar.

Os nomes que serão ouvidos pelo magistrado são bem conhecidos pela Justiça alagoana, o tenente Talvane Luiz da Silva, o cabo Valdomiro dos Santos Barros, o ex-sargento Daniel Luiz da Silva Sobrinho e o comerciante Eufrásio Tenório da Silva, o Cutita.

O caso tomou um novo rumo após o depoimento do Major Cavalcante que denunciou que o Cabo Gonçalves, que trabalhava com o deputado João Beltrão teve um desentendimento com ele e teve sua morte decretada em uma reunião acontecida na fazenda do deputado Antonio Albuquerque com a participação do atual deputado federal Francisco Tenório.

O detalhe é que Beltrão e Albuquerque chegaram a ser presos por este crime, no ano passado , e que tanto eles como Francisco Tenório, não eram parlamentares na época e se perderem esta eleição em outubro do ano que vem podem ficar em situação complicada perante a Justiça.

Os últimos passos de Gonçalves

O Cadaminuto apurou que o inquérito que foi reaberto após as denúncias de Cavalcante relata os últimos passos do cabo Gonçalves, que estava morando em Natal, RN, após o desentendimento com o deputado João Beltrão e teria vindo para Maceió registrar um filho seu.

De acordo com o que foi levantado no inquérito Gonçalves teria ligado para Francisco Tenório pedindo uma ordem de abastecimento e ao chegar no posto foi surpreendido por doze homens que executaram o militar.

“Foi uma covardia o que aconteceu, 12 homens fortemente armados atirando contra um militar que só tinha um .38 velho no seu bolso” disse um amigo de Gonçalves ouvido pela equipe do Cadaminuto
Família não sabia de nova oitiva

A irmã do Cabo Gonçalves, Ana Gonçalves explicou que a família nunca procurou fazer justiça, sob nenhum motivo, e confirmou que no dia da morte seu irmão havia saído da casa de um parente apenas para reabastecer o carro.

“Eu não sabia que haveria nova oitiva. Estou sem tempo para acompanhar esse caso,eu tinha falado a meu irmão que enquanto ele estivesse vivo de tudo, mas tudo mesmo, faria por ele. Ele sabia que no dia que morresse eu nada mais faria”

Ana disse ainda que não teme represálias e que não procurou saber sobre as novidades no inquérito, sendo que as informações que ela tem só soube pela imprensa.

“Se mata por qualquer coisa em Alagoas. Falta amor nos corações das pessoas” explicou ela confirmando que o irmão Del fez várias denúncias sobre o crime organizado e que o preço que ele pagou foi a sua vida.