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03/07/2009 00:00:00

Municipios

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com alagoas24horas // priscylla régia

Após a Operação 'Pesca Bagre' desencadeada, nesta sexta-feira, 03, na cidade de Pilar, o Alagoas24Horas teve acesso ao processo que culminou na prisão de nove pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que teria fraudado licitações e desviado recursos do Poder Legislativo do município de Pilar, nos anos de 2005, 2006 e 2007.

Os mandados de prisão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal a pedido do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc). 'Pesca Bagre' contou com a participação de 40 policiais do Tigre e Serviço de Inteligência da Polícia Civil.

Com a operação, os vereadores Patrícia Henrique Rocha, José Hosano da Silva (ex-candidato a vice-prefeito), Roberto Cavalcante Silva, Damião dos Santos, Luiz Carlos Omena da Silva, Alberto Cavalcante Barros, o ex-vereador Amaro Veloso, e o atual secretário de Turismo e Eventos da cidade, Geraldo Cavalcante da Silva foram presos. E o ex-secretário de Finanças, Paulo Urbano Vieira, se entregou na tarde de hoje à Polícia.

Já o vereador Phylipe Avelino de Castro Lopes e Benedito Cavalcante de Barros Neto, ex-diretor financeiro da Câmara e filho do atual prefeito Oziel de Barros, também tiveram a prisão decretada e são considerados foragidos.

De acordo como autos do processo, os acusados realizavam contratações de locação de veículos e aquisições de materiais de construção, limpeza, combustíveis e alimentação utilizando a verba de custeio sem passar pelo procedimento licitatório.

As auditorias realizadas nas prestações de contas apresentadas pelos vereadores mostram o fracionamento dos gastos para que não precisassem de licitatação. Com isso, foi configurado o crime de peculato previsto no Artigo 312 do Código Penal.

O Gecoc vai encaminhar documentos ao procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, sobre a participação do prefeito Oziel Barros no período em que era presidente da Mesa Diretora. Ele aparece na denúncia e só não foi alvo de um pedido de prisão devido ao seu atual foro privilegiado.

Gastos

Em 2005 a Câmara Municipal era presidida pelo vereador José Hosano da Silva e os gastos - sem licitação - foram totalizados em R$ 123.612, 89. A Câmara ainda gastou, de janeiro a abril, R$ 63 mil com pagamento de salários dos assessores legislativos, mesmo sem ter uma lei criando os cargos.

No ano seguinte, o valor duplicou passando para um pouco mais de R$259 mil. Quando o atual prefeito da cidade, Oziel Alves de Barros era o presidente da Câmara Municipal no ano de 2007, consertos e reparos no prédio do Legislativo custaram R$16.410,00, materiais de consumo somaram R$12.070,00, materiais de expediente ultrapassaram a casa dos R$ 17 mil e aquisição de materiais de construção foram adquiridos por R$ 21,911,00. Todos sem prévia licitação.

No mesmo ano, Patrícia Henrique Rocha se tornou presidente da Casa e as irregularidades continuaram. Nessa época, assim como, na gestão de Oziel Barros, houve superfaturamento de locação de veículos. Os gastos chegaram a R$95.823,00. Os demais somaram R$ 11.187,54.

Ainda conforme os autos, há fortes indícios de que os vereadores se apropriaram da verba de gabinete e utilizaram como pagamento de diárias, ajuda de custo e verba indenizatória com sessões extraordinárias.

Consta ainda no processo que o dinheiro servia para complementação dos subsídios dos vereadores, satisfazendo os interesses pessoais. Os números giram em torno de R$ 265.839,00, R$ 467.539,00, R$753.874,93, nos anos de 2005,2006 e 2007.

Ex-secretário de Finanças se entrega à polícia

No ról dos foragidos, Paulo Urbano Vieira, ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Pilar e que hoje pela madrugada e manhã foi procurado pelo Tigre, em cumprimento a vários mandados dentro das diligências policiais encetadas pelo Gecoc, preferiu se entregar. Acompanhado por um advogado, Paulo Urbano se apresentou ao delegado Paulo Cerqueira, na sede da DRE ( Diretoria de Recursos Especiais), da Delegacia Geral da Polícia Civil.

Paulo Urbano se encontrava no centro da cidade e nas proximidades da Assembléia Legislativa, quando decidiu consultar amigos políticos e advogados, ao tempo que decidiu encerrar sua procura por parte dos agentes policiais do Tigre.

Atualmente, Paulo Urbano exercia um cargo de primeiro escalão na Prefeitura de Boca da Mata. Segundo comentários, era Secretário de Governo no Município, com a prisão do acusado, agora são dois os foragidos.

Fonte: PC

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