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18/06/2009 00:00:00

Polícia

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com cadaminuto // gilca sinara e wadson correia

O esquema fraudulento em benefícios concedidos pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) praticada no Estado de Alagoas resultou num rombo de mais de R$ 6 milhões aos cofres da Previdência Social. A Polícia Federal de Alagoas concluiu ontem o inquérito sobre a Operação Denário, que desbaratou duas quadrilhas que agiam em todo o estado através de escritórios de despachantes previdenciários, que utilizavam documentos falsos para obter a concessão de benefícios previdenciários como Auxílio-doença, Aposentadoria Especial Rural e do Benefício Assistencial (LOAS) por incapacidade, tanto no seara administrativa, como em alguns casos no âmbito judicial.

Durante coletiva, na manhã de hoje (18), o delegado responsável pelo inquérito, Delano Cerqueira, apresentou os dados de conclusão. Ao todo foram 120 pessoas foram ouvidas, 23 indiciadas e 14 presas.  Entre as 14 pessoas presas, estão a médica psiquiatra, três tabeliãs e três proprietários donos de terra.

Segundo o delegado Delano, a médica psiquiatra cobrava R$ 130 por cada atestado médico. Já os proprietários de terra recebiam R$ 1.500 para elaborar a declaração de propriedade da terra.  No início das investigações, a polícia federal tinha apenas uma noção de 580 pessoas beneficiadas com a fraude, mas durante as investigações esse número subiu para mais de mil beneficiados. “Isso funcionou durante um tempo. Depois a coisa foi se banalizando que eles apenas faziam cópias desses documentos”, afirmou Cerqueira

O inquérito será encaminhado para a 8º Vara Federal de Arapiraca e ao Ministério Público Federal (MPF), ao Procurador José Godoi, que vai acatar todas as denúncias.  Os presos serão transferidos ainda hoje para o presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió.

Operação

A Operação Denário foi desencadeada no dia 03 de junho Zona Rural e Urbana de Palmeira dos Índios e em mais três cidades: Batalha, Arapiraca e Olho D’água das Flores no Sertão do Estado.  A ação foi feita em parceria com o INSS e o Ministério Público Federal.

A Operação contou com 150 Policiais Federais de todo o nordeste. Foram executados 14 mandados de prisão e 24 mandados de busca de apreensão, expedidos pela 8°vara federal de Arapiraca, onde foram apreendidos jóias, automóveis e documentos.

No dia da operação, CADAMINUTO apurou que entre os presos estaria o ex-radialista Valdir Lopes e a médica que vendia atestados médicos falsos foi identificada apenas com o nome de Consuelo. O Presidente dos Trabalhadores Rurais de Palmeira dos Índios, também foi preso.  

As investigações duraram mais de um ano para culminar na operação. Ainda durante as primeiras investigações a Polícia Federal descartou a participação de qualquer funcionário do INSS.