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27/04/2009 00:00:00

Polícia

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com gazetaweb // foto josé feitosa

"Achei que meu filho estivesse morto. Não tive coragem de ir até o carro abandonado pelos ladrões". Foi desta forma que a arquiteta Renata Dowell Jobim, mãe do bebê Gabriel, de 3 meses, relatou a emoção que sentiu antes de saber que o filho estava vivo após ser arrastado pelo carro da família em um assalto em Maceió, na quinta-feira (23). Ela fez a declaração quando chegou a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos da capital alagoana para prestar depoimento, na manhã desta segunda-feira (27).

Ela disse ainda que seria capaz de reconhecer os três assaltantes. "Eles pareciam ser menores de idade. Dois deles estavam armados e todos estavam calmos. Olhei bastante para a cara dos três."

Franklin de Menezes, assistente administrativo que estava de motocicleta e presenciou o crime, disse que queria avisar o motorista do carro que o bebê estava pendurado. "Não sabia que se tratava de um assalto. Queria apenas ajudar quem estava no carro. Como andei muito ao lado deles, acho que consigo reconhecê-los. Acredito que sejam menores de idade também."

O delegado Alcides Andrade, que vai presidir o inquérito do caso, informou que a testemunha, a mãe a e a avó de Gabriel devem fazer um retrato-falado dos criminosos ainda nesta segunda-feira.

O assalto

Segundo informações da polícia, Renata se preparava para sair de casa com o filho, quando foi abordada por três rapazes, que pediram o carro. Ela estava acompanhada da mãe e tentou tirar o filho com a cadeirinha, mas não teve tempo. Um dos criminosos, que assumiu o volante, acelerou o veículo e a criança ficou pendurada do lado de fora.

O menino e o carro foram abandonados na avenida da orla de Maceió, cerca de 400 metros do local do roubo.

O bebê sofreu apenas escoriações. Ele ainda passou por uma tomografia na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, mas o exame não constatou problemas neurológicos. Segundo médicos que atenderam a criança, a estrutura da cadeirinha evitou ferimentos graves.

Marcas na criança

O arquiteto Normam Dowell Vale de Brito, 32 anos, pai do bebê Gabriel, disse que o filho está com marcas da roda do veículo no braço esquerdo. "Ele nasceu de novo. Foi um milagre ele ter ficado tão perto da roda, do pneu, quase sob o carro e ainda ter sobrevivido."

"Foi um susto muito grande. Vi o quanto é importante o uso da cadeirinha para bebês, tanto para acidentes como em casos de violência como esse. O uso do equipamento deve ser obrigatório mesmo. Foi o que salvou a vida do meu filho", disse o pai.

Caso João Hélio

Renata Jobim relembrou do caso do menino João Hélio –morto em 2007, numa circunstância parecida, durante assalto no Rio de Janeiro– e disse temer que nada aconteça aos acusados, se confirmada a hipótese de que são menores.