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16/04/2009 00:00:00

Municipios


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 Gazetaweb - reportagem de Bruno Soriano, com Gazeta de Alagoas

Cerca de 350 trabalhadores rurais Sem Terra estão mobilizados no Acampamento Uruçu, no município de Craíbas, distante 148 km da capital Maceió. O objetivo é chamar a atenção da sociedade quanto aos possíveis riscos ao meio ambiente com a instalação da mineradora Vale Verde na região do Agreste alagoano. O protesto faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, em memória à chacina em Eldorado dos Carajás (PA), quando em 1996, dezenove trabalhadores foram assassinados pela polícia.

A estimativa é de que, quando a mineração começar de fato, a Vale Verde passe a gerar recursos na ordem de US$ 400 milhões por ano com a exploração de ferro, cobre e ouro. Para a assessoria do MST, 'os próprios dirigentes da pauta ambiental no governo de Teotonio Vilela (PSDB) estão ansiosos e são os primeiros a afirmar que não se pode perder um empreendimento como este, transformando o processo de julgamento do Licenciamento em mero faz de conta'.

O interesse pela região surgiu ainda em 1980, quando a então companhia Vale do Rio Doce cogitou vir a Alagoas, mas as pesquisas não avançaram. Até que, no início do ano passado, a Vale Verde anunciou a retomada do projeto de exploração do solo no município. A discussão foi retomada quando Téo Vilela visitou, em 2008, uma mineradora em Goiás, a convite da empresa.

Na ocasião, o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), José Antônio Alves dos Santos, falou sobre o interesse da mineradora: “A probabilidade de o Estado se transformar em um grande produtor e exportador de bens minerais é grande, visto que, além das condições geológicas serem bastante favoráveis, há uma excelente infra-estrutura rodoviária, que corta todo o Estado, ferrovia, um porto que oferece boas condições de embarque, aliado ao fato de que boa parte do Rio São Francisco é navegável, desde o município de Pão de Açúcar até a sua foz, em Piaçabuçu”.

Atualmente, Alagoas contribui com 2,71% do valor da produção mineral de todo o Nordeste. A mineradora pretende criar 1,5 mil postos. “Depois de oito reuniões, senti que o empreendimento é viável”, explicou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio. Segundo estudos apresentados à secretaria pela mineradora, a grande quantidade de minérios existentes é de cobre. Estima-se que haja 110 milhões de toneladas de reservas do metal no solo de Craíbas.

Contudo, para que o Estado apoiasse o projeto, os diretores da companhia tiveram que aceitar algumas exigências do governo. A primeira delas é a de que todas as compras da mineradora sejam feitas em Craíbas, município com menos de 30 mil habitantes e cuja a maior atividade econômica é a agricultura.

Para ter direito à exploração do solo, a mineradora Vale Verde precisou apresentar todas as licenças ambientais ao Ministério de Minas e Energia. A assessoria do IMA confirmou que o diretor-presidente do órgão, Adriano Augusto de Araújo, reuniu-se com representantes da empresa, a esse respeito, na manhã desta quinta-feira.
 


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