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31/03/2009 00:00:00

Municipios


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A dona de casa, Albenita Benedita da Silva Santos, denunciou mais um episódio de descaso no atendimento público para quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas.

A sobrinha de Albenita, uma menor de cinco anos, quebrou o braço esquerdo há cerca de uma semana e até esta terça-feira (31) não conseguiu atendimento apropriado. As duas moram em Branca de Atalaia, no interior alagoano, e estão em Maceió desde esta segunda-feira (30): “Nós já passamos por seis hospitais e até agora não consegui falar com nenhum médico”, reclama.

Segundo a tia da garota, o único médico que conseguiu contato, no Hospital João Lyra, em Branca de Atalaia, apenas colocou uma tala e enfaixou o braço quebrado da criança: “Ele disse que esse tipo de atendimento não poderia ser realizado lá e que eu deveria procurar um médico na capital. Como a mãe da minha sobrinha está operada e não pôde viajar, eu arrumei dinheiro e vim”, contou.

Aurenita contou também que a sobrinha sente dores constantes, mas por conta do gasto com o dinheiro da passagem e da estada em Maceió não foi possível comprar remédios para a menor: “Estou andando aqui pra cima e pra baixo com ela e quando o lugar não é muito longe vou a pé mesmo”, relatou. Enquanto a reportagem da Gazetaweb conversava com a tia da garota, ela chorava e reclamava dor.

Peregrinação

Desde que chegou a Maceió, Aurenita e a sobrinha já tentaram atendimento em seis unidades de saúde: Hospitais Sanatório, Ortopédico e do Açúcar, no Farol; Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra; Hospital Universitário (HU) e Clínica Ortopédica Carlos Franco, no Tabuleiro.

De acordo com ela, o atendimento foi negado em todos esses locais: “No Usineiro (Hospital do Açúcar) me disseram ontem que só estavam atendendo casos de tumor e me mandaram ir ao Sanatório. Quando cheguei lá eles disseram que só tinha ortopedista particular e como não temos condições, fomos mandados para o Carlos Franco. Lá a atendente me informou que não estão atendendo pelo SUS há mais de três anos. Já no Hospital Ortopédico me disseram que só tem atendimento para ela na quarta, quinta e sexta, e que eu preciso fazer um cartão do SUS no PAM Salgadinho. No HU informaram hoje que não atendem”, relatou.

Justificativa dos Hospitais

HGE

A atendente do Hospital Geral do Estado informou que a unidade não apresenta problemas com médicos ortopedistas, e o atendimento é ofertado nos três turnos, mas confirmou não estar fazendo o procedimento de engessar membros, por um problema de pessoal para a fabricação do gesso.

Hospital do Açúcar

Funcionários da recepção do hospital informaram que o atendimento ortopédico é feito todas as terças e quintas-feiras pelo SUS, porém não há cobertura para trabalho com gesso, apenas para procedimentos cirúrgicos.

HU

A assessora de comunicação do HU, Tâmara Albuquerque, informou que o atendimento de urgência e emergência na área da ortopedia não é especialidade da instituição: “Os atendimentos do HU são para casos de média e alta complexidade. Os médicos daqui não trabalham apenas com doenças na área. Não fazemos esse trabalho com gesso”.

Sanatório

O atendimento do Hospital Sanatório informou que a unidade não está realizando atendimento pelo SUS.

Hospital Ortopédico

A atendente do hospital informou que o responsável por dar esclarecimentos sobre procedimentos realizados pelo SUS não se encontrava no momento.

Carlos Franco

Na Clinica Ortopédica Carlos Franco ninguém foi encontrado para comentar o caso.

com gazetaweb // isolda herculano



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