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30/03/2009 00:00:00

Economia


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Um golpe que já acontece em Alagoas há algum tempo, continua sendo praticado por estelionatários que fazem empréstimos em bancos ou instituições financeiras usando os nomes e números de documentos de idosos que se surpreendem com os descontos em suas aposentadorias.

A defensora pública Ana Karine Brito, contou que recebe pelo menos uma reclamação por semana de aposentados que sofreram esse golpe. Ela disse que recebe a informação do INSS de onde foi deito o empréstimo e o banco ou instituição é responsabilizado e obrigado a ressarcir o prejuízo. “Nós entramos com uma ação contra a instituição e ela é obrigada a suspender os descontos feitos nas aposentadorias e ainda devolver o dobro do valor já descontado” afirmou.

A estagiária do Núcleo de Defesa do Consumidor, Louise Peixoto, informou quais as providências que a Defensoria Pública deverá tomar a favor das pessoas que sofreram esse golpe. “Primeiro nós solicitamos que o aposentado vá a alguma delegacia fazer o boletim de ocorrência. Procuramos o INSS para obter o histórico de consignação e encaminhamos o ofício à Previdência Social, requerendo a suspensão dos descontos indevidos. Por fim, entramos com a ação de declaração de inexistência de dívida e esperamos a decisão da Justiça”, explicou a estudante de direito.

A aposentada Maria de Lourdes da Silva, foi vítima do golpe em dezembro do ano passado. A filha dela, Maria Helena, que é a procuradora da mãe e fica responsável pelo saque mensal do dinheiro, disse que só descobriu que tinha feito um empréstimo no Unibanco com o nome da mãe dela em janeiro desse ano. “Eu fui sacar o dinheiro do INSS e não estava conseguindo. Chamei o gerente do banco e foi quando ele me disse que havia um desconto de 152 reais de um empréstimo que minha mãe não fez”, disse Maria.

Ela disse ainda que está passando por muitas dificuldades, já que a mãe recebe apenas um salário mínimo e sofre de pressão alta, diabetes, mal de Parkinson. O gasto com remédios é muito grande. ”O dinheiro só está dando para comprar as medicações mesmo, e mesmo assim ainda falta”, afirmou Maria Helena, muito revoltada com a situação.

Apesar de ter procurado seus direitos no dia seguinte após ter descoberto os descontos, Maria Helena continua sem resposta e a aposentadoria continua incompleta. Ela procurou o PROCON, a Defensoria Pública, mas ainda não solucionaram seu caso.

Outra vítima deste golpe, o aposentado Severino Alves, tambem teve descontos de R$ 83 mensais em sua aposentadoria. ”Eu nunca empresto meus documentos para nenhuma pessoa, guardo todos em uma caixa co chave e não faço idéia de como isso foi acontecer comigo”, contou aposentado do INSS.

Mas a angústia de Severino já teve fim. Ele foi até a Defensoria Pública levar o seu caso que, segundo ele, foi solucionado por uma advogada, e hoje não existem mais descontos em sua aposentadoria.

O chefe da Delegacia de Crimes de Previdenciários, delegado Daniel Coráço, é o responsável pela investigação desses crimes. Segundo informações de Polícia Federal de Alagoas (PF), esses casos são recentes no Estado e estão em andamento. Não foi informado se algum desses golpistas haveria sido preso.

com alagoasagora // thayanne magalhães



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