Você sente muita dor de cabeça? Suas
costas vivem latejando? Fique atento! Estes podem ser sinais de dor crônica. De
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 30% da população sofre
de dor crônica. Os dados indicam que uma a cada cinco pessoas do planeta sente
dor crônica de moderada a intensa. Deste total, mais um terço necessita de
ajuda para executar atividades cotidianas, como tomar banho, fazer a higiene
diária ou se locomover. O neurocirurgião Luiz Claudio Modesto, médico do
Hospital Santa Luzia, em Brasília, explica que este problema acontece quando a
dor, um mecanismo de defesa do organismo, se transforma em doença.
“A dor crônica pode ser caracterizada
como qualquer dor que persista após passado o tempo natural de cicatrização e
recuperação do organismo. Por exemplo, uma pessoa que quebrou o braço há oito
meses e ainda sente dor naquela região precisa procurar ajuda médica. Assim,
sempre alertamos que qualquer desconforto doloroso que incomode por 180 dias,
ou mais, deve ser investigado. Desta forma, é possível identificar e tratar a
doença da melhor maneira. Uma das manifestação deste problema, fora a dor espontânea,
é a dor provocada por estímulos simples e que em teoria não deviam doer. Às
vezes, a pessoa sente dor causada por um simples toque na pele, por exemplo”,
esclarece o especialista.
E como é possível distinguir a dor
crônica da dor aguda? Dr. Luiz Claudio Modesto afirma que para fazer esta
diferenciação é preciso estar atento ao tempo de duração e à natureza do
incômodo. “Em geral, a dor aguda é um simples sinal de alerta, caracterizada
por um desconforto que tem relação de intensidade com algum machucado ou lesão
inicial. A dor aguda não persiste por um longo período de tempo e não tem
histórico de intratabilidade, persistência ou recorrência. Na maioria dos
casos, este tipo de dor é causado por mecanismos usuais, por exemplo, quando
uma cárie mais profunda causa dor de dente. Diferentemente das dores crônicas,
que em geral são permanentes e ocorrem de forma inusitada”, argumenta.
IMPACTO PSICOLÓGICO
Além do sofrimento e do desgaste
físico, a dor crônica pode ocasionar repercussões mentais. “É importante
lembrar que toda dor, aguda ou crônica, tem algum tipo de repercussão
psicológica e comportamental. Quando estamos com dor de cabeça, por exemplo,
ficamos mal-humorados e impacientes. Pessoas que sofrem de dor crônica sentem
desconforto e com mais frequência, por isso, elas têm mais chances de
desenvolver problemas como a ansiedade ou a depressão”, ressalta o
neurologista.
O médico relembra que para tratar
corretamente a dor crônica é fundamental procurar ajuda de um especialista em
dor. “Além do incômodo constante, a dor crônica pode limitar as capacidade de
trabalhar ou mesmo executar as atividades simples do dia a dia. Por isso, é
sempre importante alertar que quem sente dor há muito tempo deve procurar ajuda
de um médico especialista em dor. Este é o profissional mais adequado para
diagnosticar e tratar o problema”, conclui Dr. Luiz Claudio Modesto. Notícias
no Minuto