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Alagoas
23/06/2015 16:29:14

Médica alagoana participava de fraude ao INSS em Goiás, afirma PF

Médica alagoana participava de fraude ao INSS em Goiás, afirma PF
Maria Eliane Bianor quando chegava a PF em Maceió

A Polícia Federal em Alagoas confirmou a participação da médica perita Maria Eliane Bianor na organização criminosa que praticava fraudes contra o INSS. Ela prestou depoimento na sede da PF, nesta terça-feira (23), atendendo um mandado de condução coercitiva durante a operação "Lapa da Pedra" deflagrada no interior de Goiás.

 

De acordo com o delegado federal, Fábio Maia, Maria Eliane era lotada no INSS de Formosa em Goiás, e pediu transferência para unidade de Maceió recentemente, após ter recebido ameaças por outros envolvidos no esquema."Ele confirmou envolvimento no esquema, mas apenas no Estado de Goiás, não aqui em Alagoas. Ele pediu transferência para cá, porque estava sendo ameaçada", afirmou.

 

O veículo da médica, um HB20, foi apreendido e documentos guardados em sua residência também foram recolhidos pelos agentes em cumprimento ao mandado de busca e apreensão.  A operação aconteceu também em Formosa (GO), Goiânia (GO), Palmas (TO), Uberlândia (MG), Buritis (MG).

 

De acordo com a PF, o grupo atuava em duas frentes das fraudes – benefícios urbanos e rurais. Para desviar os recursos públicos, alguns servidores da Previdência Social inseriam dados falsos em sistemas previdenciários, concedendo benefícios a quem não tinha direito, informou.

 

Segundo Maia, para cada benefício fraudado, a médica alagoana recebia R$ 4 mil. A Polícia estima que ela arrecadou mais de R$ 170 mil durante o esquema. Apesar de a Polícia Federal confirmar a participação da médica, o seu advogado disse que não tinha conhecimento sobre as acusações. "Desconheço qualquer informação contra a minha cliente. Não tenho informação sobre envolvimento e ameaças sofridas", disse.

 

Cerca de 300 agentes da Polícia Federal cumprem 78 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão temporária e 70 de condução coercitiva nas regiões. Segunda a investigação da PF, o esquema poderia chegar a R$ 170 milhões ao longo do tempo caso a fraude continuasse sendo aplicada.

 

Os benefícios rurais eram concedidos com auxílio de declarações falsas do Sindicato Rural local, segundo as investigações. O esquema criminoso contava com apoio de despachantes, contadores, empresários, atravessadores junto ao INSS, podendo ter a participação de advogados.