Apesar de ainda ser o bioma mais
devastado do País, a Mata Atlântica registrou uma leve recuperação em termos de
área preservada entre 2010 e 2012, segundo dados do estudo Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2015, divulgado sexta-feira, 19, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A área desmatada caiu
de 88% para 85,5% no período. Ainda assim, dos mais de 1,3 milhão de
quilômetros quadrados originais, restam apenas 14,5%.
Os resultados refletem políticas
voltadas para o incentivo à preservação. "Os possíveis motivos para essa
melhora são reflorestamentos feitos no território ou mesmo a recuperação
natural", afirma Denise Kronemberger, gerente de Estudos Ambientais do
IBGE.
Já o desflorestamento da Amazônia, que
reúne a maior biodiversidade do planeta, mostrou tendência de queda entre 2005
e 2013, atingindo o nível mais baixo em 2012. Apesar disso, a derrubada da
vegetação nativa já atinge 15% da área da Amazônia Legal, segundo dados de até
dois anos atrás.
Em novembro de 2014, o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que o ritmo de desmatamento na
Amazônia Legal diminuiu 18% em um ano até julho do ano passado. O mapeamento
oficial comparou a medição feita em agosto de 2012 a julho de 2013 à do período
seguinte, de agosto de 2013 a julho de 2014. A área onde houve remoção completa
da cobertura vegetal passou de 5.891 km? para 4.848 km?.
A pesquisa do IBGE mostra ainda que o
Cerrado, segundo maior bioma do País, teve 49% da área desmatada até 2010,
enquanto na Caatinga, até 2009, a perda foi de 46%. O Pampa, bioma restrito a
uma única unidade da federação (Rio Grande do Sul), teve 54% da sua cobertura
vegetal desmatada até 2009. Já no Pantanal, o porcentual foi de 15%.
Queimadas e incêndios
O ano de 2013 apresentou o menor número
de queimadas e incêndios desde 2008, o que também contribui para a recuperação
da mata nativa no Brasil. Foram 115.184 focos, enquanto em 2010 haviam sido
249.274 focos, um recorde.
Entre os Estados com maiores números de
focos de calor em 2013, estão Pará (20.542), Mato Grosso (17.768) e Maranhão
(16.189). Por bioma, houve redução do número de focos em todos eles entre 2012
e 2013.
A maior ocorrência, assim como nos anos
anteriores, foi na Amazônia (48.929), seguida pelo Cerrado (42.622). Os demais
somados (Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa) corresponderam a 20% do
total de focos de calor há dois anos. Notícias ao Miunuto com informações do
Estadão Conteúdo.