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União dos Palmares
12/06/2015 17:17:28

Festas juninas ajudam o desmatamento da Mata Atlântica na Zona da Mata de Alagoas

Festas juninas ajudam o desmatamento da Mata Atlântica na Zona da Mata de Alagoas
As tradicionais fogueiras e a falta de fiscalização ajudam o desmatamento

A falta de atuação dos órgãos ambientais que se conecta com a certeza da impunidade, a crise econômica que ocasiona o desemprego, a carência de educação para o problema ambiental e a própria maldade humana seriam as principais causas da devastação da Mata Atlântica em União dos Palmares (a 75 quilômetros de Maceió) considerada a cidade polo da Região da Mata Alagoana.

 

Nesta época em que são festejados os ‘santos’ católicos Antonio, João e Pedro, o problema constante em qualquer época do ano fica acentuado pois muitas pessoas incautas e sem consciência ambiental destroem cada vez mais a mata virgem extraindo sua madeira e vendendo a comunidade para fazer fogueiras nas portas das residências sem que ninguém na área municipal, estadual ou federal tome uma providencia.

 

Particularmente no município palmarino quem mais sofre com o problema são as regiões da ‘Serra da Barriga’ e a ‘Serra dos Frios’ – este ultima submissa nas ultimas quatro décadas a uma criminosa devastação, mesmo quando a Policia Florestal mantinha na região uma guarnição que a pretexto de uma ‘pressuposta epidemia de dengue’ (mesma explicação inaceitável para a desativação da Colônia Penal Santa Fé que custou aos consumidores na época do governo militar a bagatela de 40 milhões de dólares e era considerada exemplo para a América Latina) deixou as dependências do antigo escritório da Cidade Hortigranjeira.

 

Assim, nos últimos dias os cidadãos assistem graças à imparcialidade das autoridades desfiles diários de carroças, caminhões, cavalos e burros transportando a madeira que se origina desde arvores seculares até madeira nobre. O abuso por incrível que parece recebe até ‘vista grossa’ de políticos atuantes a exemplo dos vereadores do município e auxiliares diretos do gestor municipal.

 

A atuação dos órgãos ambientais no município é pálida. Nos últimos anos se concentra na apreensão de pássaros e proibição da retirada de areia do rio Mundaú além de prisão de pessoas que trabalham nas pedreiras clandestinas. Os que realmente consentem o desmatamento criminoso são fazendeiros e políticos influentes que deixam suas terras serem devastadas para que a madeira dê lugar a capinzais. Assim, pouco a pouco os mananciais de água da Fazenda Frios estão secando, a fauna sedo dizimada e o Meio Ambiente sofrendo com a ação criminosa.

 

‘O fogo das fogueiras é pura ostentação e crendices que escondem tradições superadas como constituir compadres e comadres, pedir ajuda ao santo casamenteiro e sobretudo exibição das pessoas e famílias que compram a madeira de origem criminosa’ disse um evangélico à redação da TRIBUNA UNIÃO.

 

A tendência (se não houver uma ação imediata e enérgica do IMA e do IBAMA no sentido de reprimir a retirada criminosa da madeira) é que até o dia do ‘santo’ João no final do mês, cerca de 15% da Mata Atlântica que insiste em permanecer na região seja devastada.

 

Simbolos das Festas Juninas

 

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jussara barros

 

As festas juninas vieram para o Brasil na época da colonização, trazidas pelos portugueses. São de origem francesa, por isso nas danças aparecem várias palavras nessa língua.

 

Nos arraiais juninos podemos encontrar vários elementos da cultura popular, que traduzem a crendice da população de cada região. Cada um desses símbolos tem um significado para a festa.

 

A quadrilha surgiu nos salões da corte francesa, recebendo o nome de “quadrille”, mas é de origem inglesa, uma dança de camponeses chamada “campesine”. Na época da colonização do Brasil, os portugueses trouxeram essa dança, bem como seus principais elementos: os vestidos lindos e rodados (que representavam as riquezas da corte), os passos puxados na língua francesa (anarriê, avancê, tour, etc.) e os agradecimentos aos santos pelas boas safras nas plantações.

 

O casamento caipira faz uma sátira aos casamentos tradicionais. A noiva está grávida e o pai da mesma obriga o rapaz a se casar. A apresentação do casamento na roça é muito engraçada, pois o noivo aparece bêbado, tentando fugir do altar por várias vezes, sendo capturado pelo pai da noiva que lhe aponta uma espingarda. Este conta com o apoio do delegado da cidade e do padre para que o casamento seja realizado. Após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha.

 

A fogueira simboliza a proteção dos maus espíritos, que atrapalhavam a prosperidade das plantações. A festa realizada em volta da fogueira é para agradecer pelas fartas colheitas. Além disso, como a festa é realizada num mês frio, serve para aquecer e unir as pessoas em seu redor. Cada santo tem uma fogueira, sendo a quadrada de santo Antonio, a redonda de São João e a triangular de São Pedro.

 

Os balões juninos indicam o início da festa, mas foram criados para reverenciar os santos da festa, agradecendo pela realização dos pedidos, normalmente relacionados ao namoro e ao casamento, onde as pessoas encontram seus pares românticos. Os balões não são mais usados, podem ocasionar vários incêndios, caindo em locais perigosos e destruindo a natureza.

 

Os fogos se originaram na China, também como forma de agradecer aos deuses pelas boas colheitas. São elementos de proteção, pois espantam os maus espíritos, além de servir para acordar São João com o barulho.

 

A lavagem dos santos é o momento em que as suas bandeiras são mergulhadas em água, para trazer purificação. As bandeirolas representam as bandeiras dos santos, levando purificação a todo o local da festa.

 

O pau de sebo é uma brincadeira com o objetivo de se ganhar uma quantia em dinheiro, que está afixada em seu topo. Com essa diversão a festa fica mais animada, pois as pessoas têm que subir no mastro, lambuzado de gordura. Muitas vezes, os participantes vão subindo nos ombros uns dos outros, até conseguirem pegar o prêmio, que acaba servindo para pagar parte de suas despesas na festa.

 

As simpatias proporcionam aos convidados maior sorte no amor. Os santos juninos são conhecidos como santos casamenteiros, mas santo Antônio é o mais influente deles. Nessas práticas, a imagem do santo é castigada, até que a pessoa consiga encontrar um amor.

 

As comidas típicas também são símbolos juninos, como forma de agradecimento pela fartura nas colheitas, principalmente do milho, a festa se tornou farta em seus deliciosos quitutes como: curau, canjica, pamonha, bolo de milho, milho cozido, pé de moleque, paçoquinha, Mané pelado, dentre outras.

 

 

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