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Além das causas
genéticas e do ganho excessivo de peso durante a gestação – este último
comprovadamente associado à obesidade infantil – uma soma de hábitos
aparentemente inofensivos, que envolvem pais e filhos durante a infância, podem
ser determinantes para a doença [obesidade] atingir os pequenos. A exposição
excessiva aos equipamentos tecnológicos, agenda lotada e pouco tempo de
descanso, além de pais que compensam a ausência com passeios e ofertas de
alimentos calóricos são alguns dos motivos que levam ao desenvolvimento do
problema na garotada.
“A obesidade
pode ser detectada em crianças já a partir de um ano de idade, mas antes disso
são casos raros. O mais comum é durante a fase escolar. Por isso, entre outros
erros, um deles é abandonar o atendimento pediátrico, o que acontece
geralmente quando a criança atinge os 2 anos”, declara Thiago Gara, pediatra do
Hospital e Maternidade São Luiz (unidade Anália Franco), em São Paulo. “Nessas
consultas, os médicos especialistas calculam o IMC (Índice de Massa Corporal)
para saber se peso e estatura dos filhos estão de acordo com a idade”, detalha
ele.
O consumo
desmedido de alimentos calóricos também é um dos fatores que ajudam no aumento
de peso. “Os industrializados, ricos em gorduras e açúcares - como macarrão
instantâneo, sucos adocicados, refrigerantes, achocolatados, salgadinhos e
biscoitos recheados - podem ser grandes vilões”, enumera Louise Cominato,
endocrinologista pediátrica do Instituto da Criança do HCFMUSP (Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). “Além disso,
alguns alimentos, mesmo os saudáveis, como arroz, feijão e carne, se
oferecidos em excesso, propiciam a obesidade infantil”, observa a especialista.
Mas nem sempre os
alertas estão relacionados ao aumento das medidas. Até porque, ser magro na
infância e comer de forma errada nessa fase também potencializa a chance de
obesidade na fase adulta, reforça Thiago. “A obesidade pode, sim, surgir no
futuro. Além disso, muitas vezes, a criança não é gorda, mas tem colesterol
alterado, gastrite e esofagite, quadros estes que acontecem cada vez mais cedo
e estão ligados a má alimentação”, alerta o médico.
“E são raros os
casos de obesos que emagrecem com o chamado "estirão". A maioria
ganha mais peso, principalmente as meninas. Quanto mais cedo se iniciar um
tratamento, melhor será o resultado”, complementa Louise.
Quer conhecer
melhor os vilões da alimentação das crianças?