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A população
prisional no Brasil cresceu 74% entre 2005 e 2012. Em 2005, o número absoluto
de presos no país era 296.919. Sete anos depois, passou para 515.482 presos. A
população prisional masculina cresceu 70%, enquanto a população feminina
cresceu 146% no mesmo período. Em 2012, aproximadamente um terço da população
prisional brasileira estavam encarceradas em São Paulo.
Os dados estão
no estudo Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgado hoje (3) pela
Secretaria-Geral da Presidência da República. O levantamento foi feito pela
pesquisadora Jacqueline Sinhoretto com base nos dados Sistema Integrado de
Informações Penitenciárias (InfoPen), do Ministério da Justiça. Segundo o
estudo, o crescimento foi impulsionado pela prisão de jovens, negros e
mulheres.
O relatório
aponta que 13 estados tiveram crescimento acima da marca nacional. Em Minas
Gerais Minas, segundo estado em população encarcerada, com 45.540 presos em
2012, houve crescimento de 624% no número de presos. Segundo o relatório, isso
deve a programas que visam a repressão qualificada aos crimes contra a vida e a
presídios privatizados instalados no estado. Já o Rio Grande do Sul apresentou
o menor percentual de crescimento da população prisional do país (29%).
“A análise
conjunta das taxas de encarceramento e das taxas de homicídio por estado indica
que prender mais não necessariamente reduz os crimes contra a vida, porque as
políticas de policiamento enfocam os crimes patrimoniais e de drogas”, aponta o
relatório.
De acordo com o
levantamento, 38% da população prisional no país é formada por pessoas que
estão sob a custódia do Estado sem que tenham sido julgadas. Outros 61% dos
presos são condenados e 1% cumpre medida de segurança. Dentre os condenados,
69% estão no regime fechado, 24% no regime semiaberto e 7% no regime aberto.
“Quase metade
(48%) dos presos brasileiros recebeu pena de até oito anos. Num sistema
superlotado, 18,7% não precisariam estar presos, pois estão no perfil para o
qual o Código de Processo Penal prevê cumprimento de penas alternativas”, cita
o texto.
Os crimes que
mais motivam prisões são patrimoniais e drogas, conforme o estudo, que somados
atingem cerca de 70% das causas de prisões. Crimes contra a vida motivam 12%
das prisões. Segundo o relatório, isso indica que o policiamento e a Justiça
criminal não têm foco nos crimes “mais graves”, mas atuam principalmente nos
conflitos contra o patrimônio e nos delitos de drogas. Com informações da
Agência Brasil.