Dia Tribuna
A Comissão dos Direitos Humanos da
Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas afirmou que o
confronto entre os participantes da Marcha da Maconha com policiais do
Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE) na noite deste
domingo (31), na orla de Maceió, poderia ter sido evitado caso o direito a
manifestação fosse respeitado.
Para o presidente da
Comissão, Daniel Nunes, a ação dos militares foi desnecessária diante da
situação que se encontrava a manifestação e também a quantidade de entorpecente
que foi apreendida. “A manifestação ocorria de maneira pacífica e sem nenhuma
alteração. Era proibido o uso de qualquer entorpecente na manifestação, o que a
polícia poderia ter feito era repreender as pessoas que estava fazendo o uso e
não agir daquela forma com bala de borracha e o usos excessivo da força”,
afirmou Nunes.
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Nunes colocou que a Marcha da Maconha foi
liberada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e criticou a postura do governo em
enviar dois grupos da PM ao local para “reprimir” a manifestação. “Se o
governo não quisesse que a marcha fosse realizada avisava os organizadores
antes, mesmo sendo autorizada pelo Supremo. Mas permitir e depois reprimir foi
totalmente desnecessário”, emendou ele.
Ao falar sobre a droga apreendida, o presidente da
Comissão disse que a quantidade apreendida foi insignificante “cabendo na palma
da mão”. Sobre a prisão do advogado Jonas Cavalcante, a Comissão disse que a
presidência da OAB deve ser pronunciar em breve sobre quais medidas serão
adotadas.
A Polícia Militar explicou que caso haja a
formulação de uma denúncia na Corregedoria da PM será aberto um procedimento de
investigação sobre o fato.