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camila nunes
O caminho das
pedras para uma vida sexual ativa quando a menopausa se torna uma realidade da
qual a mulher não tem como fugir é o investimento no prazer.
— As mulheres
precisam se permitir explorar mais a própria sexualidade e o autoconhecimento.
É preciso identificar formas de desejo e excitação, buscando estimulações
genitais e não genitais, pois outras partes do corpo também podem ser
prazerosas. Recursos sensoriais ajudam na estimulação sexual, além de vídeos e
fantasias. Conseguir falar mais sobre as coisas que gosta para o parceiro é muito
importante — sugere Kelly Paim, psicóloga especialista em terapia
cognitivo-comportamental.
Para o ginecologista José Maria Soares Junior, enquanto o
desejo e o número de relações sexuais podem diminuir ao passar do tempo para
algumas mulheres, outras se sentem mais livres:
— Não têm mais os filhos em casa. Diminuem as
preocupações. Daí, elas procuram até ter mais relação.
Com isso, focar na qualidade pode ser a receita para que
o sexo não caia no marasmo, destaca Kelly:
— As relações têm de ter mais estimulação, momentos de
investimento maior. O sexo não pode ser só penetração. Os casais vão deixando
cair nisso, exclusivamente, quando, na verdade, deveria ser bem pelo contrário.
Explorar a sexualidade de um jeito mais amplo é uma forma de evitar a monotonia.
Ler sobre sexo, ver um filme, falar mais do assunto, não ter vergonha de
conversar sobre as fantasias. É importante que os pensamentos também sejam
livres.
Lúcia Pesca ressalta que o parceiro tem papel fundamental
nesse processo de investimento na relação. Mas para que isso ocorra, segundo
ela, as mulheres precisam renovar seus valores:
— Elas, muitas vezes, não permitem a participação do
parceiro. Querem dominar o assunto, apesar de dizerem que "o sexo é para
macho". Mas as mulheres, principalmente após uma determinada idade, querem
que as coisas sejam do jeito delas.
Sem inibições, o negócio é dar espaço para a criatividade
e deixar o clima rolar.
— É importante ressaltar que quando eu falo em inovação,
não necessariamente tem a ver com posições novas. Às vezes, não precisa nem de
penetração. Podem ser lugares novos, situações novas, falar, pensar, ler mais
sobre sexo — conclui.