correiobraziliense //
rafael campos
Um dos drinques mais famosos do mundo, o gim
tônica, surgiu por um acaso médico. Transferidos para a Índia, antes da sua independência,
altos funcionários do Império Britânico eram instruídos a tomar quinino como
forma de prevenir a malária. A substância, que é uma das principais componentes
da água tônica, tem sabor amargo e foi para aliviar esse gosto que os ingleses
decidiram misturá-la com gim.
Essa é somente uma das várias histórias ao redor do gim, uma invenção holandesa
do século 17. E, mesmo que não faça tanto tempo que ela tenha entrado no meu
catálogo, hoje é uma das minhas bebidas preferidas. "O gim tônica é o coquetel
mais fácil de ser recriado, mas o gim permite uma grande quantidade de
combinações", explica Nicola Pietroluongo, embaixador do portfólio de luxo
da Diageo.
De acordo com ele, a bebida representa a época de ouro dos destilados na
Europa. "Ele era consumido por estrelas, como Ella Fitzgerald. Ele é um
dos símbolos do século 20", resume. E, claro, continua essa fama nos anos
2000. Nicola acredita que as experiências dos bartenders em criar outras formas
de consumir o gim garantiram uma nova fase para o produto. "Hoje, ele não
é tomado somente em coquetéis secos, mas também em frutados, aproveitando seu
aroma."
E foi pensando nisso que o Tanqueray nº ten, o gim mais premiado do mundo, de
acordo com o Hall of Fame do San Francisco World Spirits Competition, decidiu
avançar além do terreno da coquetelaria seca. "Queríamos inovar, buscando
novas qualidades no destilado, e perguntamos aos barmen o que faltava",
observa Nicola. Além disso, a garrafa ganhou traços art déco, bem anos 1920.
Mas, apesar de bonita, ela não deve ser tratada apenas como objeto de arte.
"Se você comprou uma, deguste o gim e guarde-a como souvenir. Uma garrafa
cheia não serve para nada", finaliza Nicola.