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Educação
28/05/2015 15:47:50

Greve dos professores: Universitários lamentam paralisação das aulas na Ufal

Greve dos professores: Universitários lamentam paralisação das aulas na Ufal
Ilustração

tribunahoje //

thayanne magalhães

 

A partir de hoje os professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estão de greve. A decisão foi tomada durante assembleia na última segunda-feira (25), com 166 votos a favor da paralisação, 47 contrários e duas abstenções. Ao todo 1.400 professores vão cruzar os braços e cerca de 30 mil alunos ficarão sem aulas enquanto durar a greve.

 

O presidente da associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), Márcio Barboza, a greve será mantida por tempo indeterminado. O professor disse ainda que na manhã de hoje, a partir das 9h30, outra assembleia será realizada para discutir os rumos da paralização.

A estudante do curso de Serviço Social da Ufal, Éllida Lainara Santana, reclama do atraso que a greve causa na sua formação acadêmica.

 

“Desde que comecei o curso essa já é a segunda greve. A primeira foi em 2012 e fiquei quatro meses sem aula. Quando voltamos em setembro foi uma correria. Os professores pedindo tudo em cima da hora e a gente tendo que dar conta dos trabalhos em um curto espaço de tempo”, relata a universitária.

 

“No final das contas quem acaba sendo prejudicado somos nós, alunos. O curso atrasa e no meu caso, que estou concluindo meu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso], vou ficar sem orientador. Os professores deveriam pensar principalmente em nós, que estamos no final do curso”, opina.

 

Para Éllida, os professores devem lutar pelos seus direitos, sim, mas é preciso pensar no direito de todos.

 

“Daqui a dois anos eu posso ser professora, estar no lugar deles ou de outras categorias que estão na luta. Eles estão reivindicando o direito deles e se eu pudesse entraria na luta também, mas pelo direito de todos”.

 

Gabriela Ferreira Santos estuda Administração na Ufal. Ela conta que essa já é a terceira greve desde que ela iniciou o curso. “Estou com o curso atrasado. A primeira greve demorou muito e depois voltaram as aulas com um calendário desorganizado. Só depois de dois semestres foi que tudo se ajeitou. Foi uma confusão e praticamente não tivermos férias”, lembra a estudante.

 

A universitária se formaria agora em julho e lamenta por mais uma greve que acontece durante sua vida acadêmica. “Eu concordo que os professores lutem pelos seus direitos, mas poderia ser de outra forma, sem nos prejudicar. Eu me formaria agora em julho e nem sei mais quando vou concluir meu curso”.

 

Reivindicações

 

Professores da Ufal querem reajuste salarial de 27% 

O movimento grevista dos professores é nacional. Outras 23 universidades já aprovaram o indicativo de greve na última semana.

 

A categoria reivindica a reestruturação da carreira, reajuste salarial de 27% de ativos e aposentados, a defesa do caráter público da universidade, melhores condições de trabalho e a garantia de autonomia para as universidades.

A pauta dos professores foi protocolada desde março no Ministério de Educação (MEC) e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog).

 

Soma-se a essa reivindicações a pauta dos demais servidores públicos federais que inclui data-base para todos, dispositivo que consta na Constituição Federal.

 

Ao todo, 1.600 profissionais entram em greve na Ufal. O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal) também reivindica um novo concurso público por conta da carência de servidores.