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thayanne magalhães
A partir de hoje
os professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estão de greve. A
decisão foi tomada durante assembleia na última segunda-feira (25), com 166
votos a favor da paralisação, 47 contrários e duas abstenções. Ao todo 1.400
professores vão cruzar os braços e cerca de 30 mil alunos ficarão sem aulas
enquanto durar a greve.
O presidente da
associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), Márcio
Barboza, a greve será mantida por tempo indeterminado. O professor disse ainda
que na manhã de hoje, a partir das 9h30, outra assembleia será realizada para
discutir os rumos da paralização.
A estudante do
curso de Serviço Social da Ufal, Éllida Lainara Santana, reclama do atraso que
a greve causa na sua formação acadêmica.
“Desde que
comecei o curso essa já é a segunda greve. A primeira foi em 2012 e fiquei
quatro meses sem aula. Quando voltamos em setembro foi uma correria. Os
professores pedindo tudo em cima da hora e a gente tendo que dar conta dos
trabalhos em um curto espaço de tempo”, relata a universitária.
“No final das
contas quem acaba sendo prejudicado somos nós, alunos. O curso atrasa e no meu
caso, que estou concluindo meu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso], vou ficar
sem orientador. Os professores deveriam pensar principalmente em nós, que
estamos no final do curso”, opina.
Para Éllida, os
professores devem lutar pelos seus direitos, sim, mas é preciso pensar no
direito de todos.
“Daqui a dois
anos eu posso ser professora, estar no lugar deles ou de outras categorias que
estão na luta. Eles estão reivindicando o direito deles e se eu pudesse
entraria na luta também, mas pelo direito de todos”.
Gabriela
Ferreira Santos estuda Administração na Ufal. Ela conta que essa já é a
terceira greve desde que ela iniciou o curso. “Estou com o curso atrasado. A
primeira greve demorou muito e depois voltaram as aulas com um calendário
desorganizado. Só depois de dois semestres foi que tudo se ajeitou. Foi uma
confusão e praticamente não tivermos férias”, lembra a estudante.
A universitária
se formaria agora em julho e lamenta por mais uma greve que acontece durante
sua vida acadêmica. “Eu concordo que os professores lutem pelos seus direitos,
mas poderia ser de outra forma, sem nos prejudicar. Eu me formaria agora em
julho e nem sei mais quando vou concluir meu curso”.
Reivindicações
Professores da Ufal querem reajuste salarial de 27%
O movimento
grevista dos professores é nacional. Outras 23 universidades já aprovaram o
indicativo de greve na última semana.
A categoria
reivindica a reestruturação da carreira, reajuste salarial de 27% de ativos e
aposentados, a defesa do caráter público da universidade, melhores condições de
trabalho e a garantia de autonomia para as universidades.
A pauta dos
professores foi protocolada desde março no Ministério de Educação (MEC) e no
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog).
Soma-se a essa
reivindicações a pauta dos demais servidores públicos federais que inclui
data-base para todos, dispositivo que consta na Constituição Federal.
Ao todo, 1.600
profissionais entram em greve na Ufal. O Sindicato dos Trabalhadores da
Universidade Federal de Alagoas (Sintufal) também reivindica um novo concurso
público por conta da carência de servidores.