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Os docentes nas
instituições federais de ensino superior do país entram em greve a partir de
quinta-feira (28), por tempo indeterminado. Segundo o presidente do Sindicato
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior , Paulo Rizzo, a
crise das universidades está mais profunda.
As negociações
com o Ministério da Educação (MEC) não tiveram solução e a greve foi a saída
para pressionar o governo a ampliar os investimentos na educação. A diretoria
do sindicato reuniu-se com representantes do MEC na última sexta-feira (22),
mas não houve acordos entre as partes.
“A reunião foi
muito ruim, porque o acordo de organização de carreira que tínhamos firmado com
o então secretário de Ensino Superior [Paulo Speller] foi suspensa com a
justificativa de falta de autonomia para firmar tal acordo”, disse o
presidente. “Eles [representantes do MEC] disseram que não há nada para
negociar conosco.”
A pauta do setor
das instituições federais de ensino superior está dividida em cinco eixos: a
defesa do caráter público da educação, as condições de trabalho, a garantia de
autonomia, a reestruturação da carreira e a valorização salarial dos
professores ativos e aposentados. Rizzo disse que as negociações do momento
referem-se ao que vai entrar no Projeto de Lei Orçamentária de 2016, com
previsão de fechamento no mês de agosto.
Com o anúncio do
corte de R$ 9,43 bilhões no Orçamento do ministério em 2015, o presidente do
sindicato acredita que as atividades acadêmicas podem ser comprometidas. “Há
prédios que não foram construídos, laboratórios que não estão prontos e que se
forem suspensos os concursos públicos, vai faltar professor para as
universidades”. Com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni), que busca ampliar o acesso e a permanência
na educação superior, os investimentos aumentaram e, com ele, a demanda por
professores em todas as universidades.
De acordo com
Rizzo, a greve começa no dia 28 para os locais que aprovaram a paralisação e no
decorrer da semana ocorrerão as adesões das outras instituições de ensino. “Há
muitas universidades que esperam as maiores entrarem primeiro em greve para
então aderir.”