todosegundo //
uol
Remédio indicado pelos
ginecologistas --e considerado seguro-- para os casos de febre e dor na
gravidez, o paracetamol está na berlinda por um possível efeito colateral no
feto. Segundo estudo publicado na revista científica americana "Science
Translational Medicine", o uso prolongado do medicamento pode reduzir a
produção de testosterona nos bebês do sexo masculino, afetando sua fertilidade.
De acordo com os pesquisadores da Universidade
de Edimburgo, no Reino Unido, a descoberta pode ajudar a explicar a ocorrência
de problemas reprodutivos entre jovens.
Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmam
que mais pesquisas são necessárias para estabelecer o mecanismo pelo qual o
paracetamol pode ter esse efeito, por isso eles recomendam que as gestantes
sigam a orientação de usar o analgésico na dose mínima eficaz e durante o menor
tempo possível, sempre com orientação do médico que acompanha o pré-natal.
A testosterona, hormônio produzido nos
testículos, é crucial para a saúde dos homens ao longo da vida. O fato de um
indivíduo ter a substância reduzida ainda no útero materno está associado a
maiores riscos de infertilidade, câncer de testículos e criptorquidia (condição
quando os testículos ficam retidos e não descem para a bolsa escrotal).
O estudo testou o efeito do paracetamol na
produção de testosterona em ratos com enxertos de tecido testicular humano. A
técnica foi usada para simular como os testículos se desenvolvem e funcionam
durante a gravidez.
Os cientistas deram aos ratos uma dose diária de
paracetamol, sendo que alguns receberam a quantidade de remédio em um período
de 24 horas e outros durante sete dias. Depois, eles mediram a quantidade de
testosterona produzida pelo tecido humano, uma hora após a última dose do
remédio.
Os pesquisadores descobriram que não houve efeito
sobre a produção de testosterona após 24 horas de tratamento com o paracetamol.
No entanto, depois de sete dias de exposição à substância, a quantidade de
testosterona no tecido humano foi reduzida em 45%.