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Pesquisadores afirmaram
nesta quarta-feira que um novo tipo de terapia imune tem se mostrado promissora
contra o terceiro tipo mais frequente de câncer no sangue, o mieloma múltiplo.
A droga, com nome elotuzumab, é um anticorpo monoclonal - tipo de célula
imunológica - fabricado pelo laboratório Bristol Myers Squibb. A versão de
teste foi aprovada no ano passado pela Food and Drug Administration (FDA),
agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos.
O estudo
clínico de fase III - etapa em que se tenta demonstrar a segurança, eficácia e
benefício terapêutico do novo medicamento - analisou 646 pessoas com mieloma
múltiplo reincidente após o tratamento inicial com a terapia padrão, à base de
lenalidomida e dexametasona.
A terapia
padrão e a terapia combinada com o novo medicamento foram distribuídas
aleatoriamente entre os pacientes. Após um período de acompanhamento de cerca
de dois anos, os participantes da pesquisa que ingeriram a droga adicional
tiveram risco 30% menor de morrer ou de ter câncer novamente, em comparação com
o outro grupo.
As pessoas
que receberam elotuzumab também viveram uma média de 19,4 meses sem o
agravamento da doença, enquanto o índice no outro grupo foi de 14,5 meses.
Pesquisadores descreveram essa diferença como "significativa".
Sagar
Lonial, diretor médico do Instituto do Câncer Winship da Universidade Emory,
disse que a remissão mais longa e a maior taxa de resposta global no grupo do
elotuzumab veio sem um grande aumento dos efeitos colaterais e nenhuma redução
na qualidade de vida.
De acordo com o médico, o medicamento atua tanto nas células tumorais quanto na
ativação da defesa natural do sistema imunológico.
— Em
muitos aspectos, é uma espécie de golpe duplo em termos do próprio tumor —
explica Lonial.
O estudo foi financiado
pela Bristol Myers-Squibb e pela Abbvie, uma empresa de pesquisa farmacêutica e
foi divulgado antes da conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica,
que será realizada no final de maio em Chicago.