agênciaalagoas //
neide brandão -
carla cleto
Hospitais,
clínicas, enfermarias ou postos de saúde, ambientes que tem como maior
finalidade recuperar o paciente, mas, por congregar várias doenças, carregam,
também bactérias e vírus capazes de causar as IrAS, infecções relacionadas a
assistência à saúde.
Nos dias que
antecedem o dia que celebra o combate à infecção hospitalar no Brasil (15 de
maio), Maria das Mercês Pereira, coordenadora do Serviço de Controle de
Infecção Hospital (SCIH) do Hospital Geral do Estado (HGE), única unidade
“porta aberta” em Alagoas, comenta os índices no hospital e o desafio para
orientar os profissionais sobre as medidas de prevenção e controle das
infecções.
Para a
especialista, o combate aos micro-organismos resistentes, dentro e fora do
ambiente hospitalar, depende de um esforço conjunto das autoridades, dos
profissionais de saúde e da população em geral. “Existe uma forte relação
entre o tempo de hospitalização e a resistência bacteriana aos antibióticos.
Estes micro-organismos são transmitidos, sobretudo, pelo contato, por isso
higienizar as mãos é a principal medida de prevenção. A higienização correta
das mãos é a medida mais simples e eficaz para a prevenção e controle das IrAS.
A Organização
Mundial de Saúde já lançou uma campanha mundial chamando atenção de todos, com
o tema: “Mãos limpas salvam vidas”. As medidas para minimizar o desenvolvimento
de resistência bacteriana interessam a todos os profissionais e, portanto,
todos que participam da assistência à saúde devem estar atentos e contribuir
para as ações de prevenção e controle”, comentou.
Segundo Maria
das Mercês, a automedicação é uma questão crítica. “É preciso ir ao médico para
saber se realmente é necessário tomar antibióticos. Nas doenças provocadas por
infecções virais, por exemplo, estes medicamentos não têm nenhuma efetividade.
Quando há indicação de usar antibióticos, é importante tomar os remédios na
hora certa e fazer o tratamento durante todo o período recomendado, sem
interrupção”, disse.
Ainda de acordo
com a coordenadora, os “antibióticos também não devem ser jogados no lixo
comum, para não contaminar o meio ambiente. Além de tudo isso, deve haver
cuidados especiais quando as pessoas vão a um hospital. O ideal é evitar o
excesso de visitantes e acompanhantes e não manter contato com outros pacientes.
Em caso de dúvidas, os profissionais de saúde devem ser consultados”, alertou.
Os indicadores
de infecções nas vias respiratórias são altos nas Unidades de Terapias
Intensivas (UTIs) dos principais hospitais do mundo. No HGE, o trabalho desenvolvido
pela equipe multidisciplinar da UTI vem trazendo resultados positivos. A taxa
de infecção relacionada a ventilação mecânica, que já chegou a 80%, foi
reduzida para 39%, segundo dados do hospital para o mês de março.
De acordo com a
médica Maria das Mercês Pereira, o empenho dos profissionais, aderindo as
medidas de prevenção e controle das infecções relacionadas a assistência à
saúde evidenciando a higienização das mãos, aliados a parcerias com os setores
de esterilização e de feridas, foram fundamentais na redução dos números.
“Com um trabalho
multidisciplinar e a colaboração de todos, conseguimos uma redução importante,
mas ainda não é a ideal. Sabemos que precisamos manter a qualidade do trabalho
e o empenho de cada um para que possamos ter um serviço de qualidade que
orgulhe a todos”, completou a médica.