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agência alagoas
O vínculo entre a mãe e o bebê é
proporcionado pelo aleitamento materno. O alimento mais completo que existe
para quem acaba de chegar ao mundo oferece incontáveis benefícios para a saúde
física e emocional dos pequenos e também das puérperas. O ato de dar o peito
não protege apenas o filho de doenças, as mães também saem ganhando com esse
momento único, quando se inicia um processo que se prolonga por toda a vida.
“Sinto muita felicidade com o ato de amamentar”, contou a dona de casa Camila
dos Santos, mãe da pequena Sara Eduarda. Essa alegria se deve ao organismo da
maioria dessas mulheres liberarem serotonina, hormônio responsável pela
sensação de prazer. Por isso, quem amamenta tende a relatar sensações de
bem-estar e realização.
Mamãe de primeira viagem, Camila dos Santos acredita que o aleitamento materno
garante saúde para a sua pequena Sara e é o melhor remédio para a filha. “Quero
ver a minha Sara bem e a amamentação é a melhor forma”, contou ela,
que se encontra, junto com a filha, na Enfermaria Canguru do Hospital Geral do
Estado (HGE).
Para a pediatra Ana Maria Lobo, o momento de amamentação é importante principalmente
para os bebês que se encontram com baixo peso ao nascer. Por meio do Método Mãe
Canguru, a assistência neonatal garante o contato pele-a-pele precoce entre a
mãe e o recém-nascido de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que ambos
entenderem ser prazeroso e suficiente.
“A iniciativa permite uma maior participação dos pais no cuidado com o seu
recém-nascido”, conforme a pediatra. Segundo Ana Maria Lobo, o vínculo estimula
o aleitamento materno, favorece a maior duração da amamentação e amplia a
confiança dos pais no manuseio do seu filho de baixo peso, mesmo após a alta
hospitalar.
O pequeno Joelson Vinícius nasceu com sete meses e também se encontra na
Enfermaria Canguru do HGE, para reverter o baixo peso e melhorar a alimentação.
A estudante Bianca Gomes, mãe do bebê de apenas 1 mês, defende que os
recém-nascidos que mamam ficam mais saudáveis que outros bebês que não tiveram
a oportunidade de ter o aleitamento materno como fonte de alimentação.
“É uma sensação imensurável que fica para o resto da vida”, relatou Bianca,
sobre o ato de amamentar. Mas, o que poucas mães sabem é que esse ato de amor
também traz muitos benefícios para ela mesma, como o fato de contribuir para a
volta do útero ao tamanho normal - o que evita o sangramento excessivo no
pós-parto. Logo, ao se prevenir dessa hemorragia, a mãe afasta os riscos de
anemia.
Segundo a pediatra Ana Maria Logo, a amamentação reduz
ainda a chance das mães desenvolverem síndrome metabólica – uma condição que
associa excesso de peso, diabetes, pressão arterial alta e taxas elevadas de
colesterol e triglicerídeos. Segundo a médica, também evita a depressão
pós-parto, que chega a atingir cerca de 15% das mulheres que acabaram de dar à
luz um bebê.
E quando a mãe começa a amamentar, há a involução do útero. Assim, aquela barriga
que incha no pós-parto vai diminuindo com as mamadas. Isso favorece a perda do
peso extra que a mulher ganhou na gestação – situação que também é favorecida
pelo gasto calórico proporcionado pelo fato de a mãe produzir leite.
Para o Bebê - Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o aleitamento materno deverá ser mantido em exclusivo até aos seis meses
de idade, quando possível, seguido de amamentação complementar até aos dois
anos. O leite materno contribui para a formação do sistema imunológico da
criança e tem um efeito protetor a longo prazo contra a obesidade, algumas
formas de alergia, linfoma, diabetes, doenças cardiovasculares e do aparelho
digestivo.
Quanto aos benefícios do aleitamento materno para o bebê,
temos que o ato proporciona uma ótima proteção imunológica ao recém-nascido;
transmite resistência contra alergias; protege contra microrganismos como vírus
e bactérias; reduz a probabilidade de infeções respiratórias; aumenta a
resistência contra diarreias, otites, infecções urinárias; promove o bom
desenvolvimento mandibular, das estruturas da fala e da dentição; pode diminuir
a probabilidade de obesidade; reduz a ocorrência da Síndrome da Morte Súbita; e
reforça o laço emocional com a mãe, o que lhe transmite segurança e equilíbrio
ao bebê.