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A indústria brasileira
registrou em março o segundo mês de queda, após a tímida recuperação de
janeiro. As causas apontadas por especialistas são a falta de confiança dos
empresários e consumidores e a desaceleração da demanda doméstica. De acordo
com os dados que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou nesta quarta-feira (6/5), a produção nacional caiu 0,8% em março na
comparação com o mês anterior, período em que já havia sofrido redução de 1,3%.
Esta é a maior queda registrada para o mês de março em nove anos, só sendo
igualada pelo recuo de 1,3% no mesmo mês de 2006.
Em 2014, a baixa em março foi de 3,5%, a 13ª
queda consecutiva do setor, que acumula baixa de 5,9% em 12 meses. Esta
sequência de 13 meses de queda é a maior da série histórica, iniciada em 2002,
de acordo com os especialistas do IBGE.
O setor de veículos
automotores foi o que mais contribuiu para o resultado negativo da indústria,
registrando queda de 4,2% até março e de quase 20% nos últimos seis meses.
Outras influências foram os setores de máquinas e equipamentos (-3,8%),
equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos (-8,1%) e bebidas
(-4,9%).
O ramo de produtos alimentícios, por sua vez,
ajudou a aumentar a produção. O setor voltou a crescer e atingiu o índice
positivo de 2,1%. Dentre as categorias econômicas, houve recuo na de bens de
capital (-4,4%), bens de consumo duráveis (-3,1%), bens de consumo semi e
não-duráveis (-0,3%) e de bens intermediários (-0,2%).
Na comparação com os índices do ano de 2014, a
queda de aproximadamente 13% na produção automobilística pressionou de forma
negativa a indústria, assim como os setores de equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e óticos (-22,7%), metalurgia (-9,4%), bebidas (-11,1%),
produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,5%), máquinas e equipamentos
(-3,3%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), produtos de
borracha e de material plástico (-3,0%) e produtos de minerais não-metálicos
(-2,7%).
Por outro lado, as indústrias extrativas
mostraram avanço com alta de 8,9%, além dos setores diversos, que registraram
alta de 22,6%. Esses resultados foram impulsionados pela fabricação de artigos
e aparelhos para prótese dentária, canetas esferográficas, próteses
articulares, luvas de borracha para segurança e proteção, instrumentos e
aparelhos para transfusão de sangue, moedas e lentes para óculos.