Nenhuma autoridade da área
municipal, estadual ou federal explicou às comunidades de União dos Palmares e
Branquinha a razão pela qual não existe repressão relacionada ao desmatamento da
‘Serra dos Frios’ que abriga em seu território importante fatia da Mata
Atlântica, atualmente literalmente dizimada pela ação criminosa de grileiros
que se aproveitando da ausência dos órgãos do Meio Ambiente promovem ao longo
dos últimos 40 anos a destruição da fauna e da flora a importante reserva importante
para o equilíbrio ecológico na região.
Por esta razão agricultores da
região começam a se ressentir com a escassez da água dos riachos que nascem no
alto da serra e que em qualquer estação do ano serviam grande parte da
comunidade rural pois muitos deles de agua cristalina com semelhança a mineral estão
praticamente secos deixando parte das propriedades por que passam com
dificuldade de obter o precioso liquido para sua manutenção.
Segundo os nativos, a fauna
era composta de antas, cobras, capivaras, cotias, lontras, jacarés,
jaguatiricas, pacas, veados e outros animais de penas e plumas e carapaças de
tartarugas. Trinta e nove por cento dos mamíferos dessa floresta são endêmicos,
inclusive 15% primatas como o mico-leão dourado. Das aves, 160 espécies e dos anfíbios
183 são endêmicos.
Segundo um estudo do bioma da
Mata Atlântica, estão destruídas criminosamente arvores como o caju, o palmito
juçara, a erva mate, as plantas medicinais e ornamentais, a piaçava, os cipós,
entre outros. Para se ter uma ideia do crime que se comete contra a natureza, a
destruição da Mata dos Frios como a Mata Atlântica em todo Brasil entre 1990 e
1995 foi de cerca de 500.317 hectares. Este ritmo de desmatamento é de 2,5
vezes superior ao praticado na Amazônia. A Mata Atlântica (inclusive a Serra
dos Frios) encontra-se em um estado de intensa fragmentação e destruição.
O mesmo estudo indica que contribuem ainda para o alto grau de
destruição da Mata Atlântica, hoje reduzida a 8% de sua configuração original,
a expansão da indústria, da agricultura, do turismo e da urbanização de modo não
sustentável, causando a supressão da biodiversidade em vastas áreas, com a
possível perda de espécies conhecidas e ainda não conhecidas pela ciência,
influindo na quantidade e qualidade da água de rios e mananciais, diminuindo a
fertilidade do solo, bem como afetando características do microclima nesses
delicados ecossistemas e contribuindo com o problema do aquecimento global.
Além
disso, a Mata Atlântica oferece outras possibilidades de atividades econômicas,
que implicam na destruição do meio ambiente e em alguns casos podem gerar renda
para as comunidades locais e tradicionais. Alguns exemplos são o uso de plantas
para se produzir remédios, matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes,
essências de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda a
exploração de árvores por meio do corte seletivo para a produção de móveis a
produção de carvão para consumo domestico, e mais recentemente, o mercado clandestino
da madeira para consumo das padarias.
A editoria deste noticioso
conseguiu imagens aéreas e terrestres da Serra dos Frios que mostram desde
flagrantes de incêndios para substituir a flora nativa por capim para criação
de gado, um improvisado abrigo para os grileiros (em área cujo acesso com
máquinas fotográficas e de filmagem é proibida), a clareiras abertas no meio da
mata e focos de fogo.
Temos a consciência que por se
tratar de ação que envolve ‘figurões’ influentes e poderosos da região, poderá
ocorrer algum tipo de repressão por parte dos envolvidos, porém, no exercício da
cidadania e já que existe uma omissão geral das autoridades resolvemos denunciar o fato criminoso em nome da preservação do meio
ambiente.
Com a palavra o IBAMA, IMA e
os órgãos encarregados da preservação das florestas brasileiras. Ou será que
esses órgãos só funcionam nas grandes cidades ou no Amazonas?
redação //