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Mais de 50
milhões de pessoas morrem anualmente no planeta – número maior que a população
inteira do estado de São Paulo – por doenças como diabetes e hipertensão
arterial. O número fica ainda mais assustador quando dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) são detalhados.
Um de cada três adultos
sofre hipertensão, condição que causa cerca de metade de todas as mortes por
derrame e problemas cardíacos; enquanto um de cada dez tem diabetes. A lista da
OMS relata que, decorrente da elevada pressão, o derrame e outras doenças
vasculares cerebrais estão em segundo lugar na causa de morte. Os números de
óbitos dizem: 6,15 milhões de pessoas por ano (10,8%). Em nono lugar aparece o
diabetes mellitus, com 1,26 milhões de mortes/ano, representando 2,2% dos
óbitos.
Mas por que
isso acontece?
O ditado diz:
“tudo em excesso faz mal”. E, para a medicina, essa máxima deve ser levada
ainda mais a sério. Em especial, quando se trata do consumo de alguns alimentos
e substâncias. Sal e açúcar, por exemplo, são perigos constantes à saúde humana
e contribuem para o desenvolvimento da diabetes e da hipertensão arterial.
O consumo
exagerado dessas substâncias vem sendo alertado em campanhas pelo Ministério da
Saúde e secretarias estaduais em todo o país. No dia 26 de abril, foi lembrado
no Brasil o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, mas o alerta,
segundo os médicos, vale para o ano inteiro.
Apesar desses
dois ingredientes darem mais sabor aos alimentos, o consumo em excesso pode
trazer inúmeros malefícios à saúde, decorrente de seu alto consumo ao longo dos
anos.
“Infelizmente
sal e açúcar estão presentes na maioria dos alimentos, como bolos, balas,
refrescos, entre outros. Muitos visíveis, em pedaços, e outros refinados,
invisíveis aos olhos, mas de grande sabor ao paladar”, afirmou o cardiologista
da Sesau, Adelson Miranda. Ele completa dizendo que diminuir o consumo do sal
em casa, e evitar a saleira à mesa, já é um grande passo.
Endocrinologistas,
cardiologistas e dentistas são os principais combatentes do açúcar refinado,
pois ele é apontado como uma das maiores causas de cárie dentária, da
obesidade, da arteriosclerose, do diabetes em pessoas propensas, e até da
infertilidade nas mulheres.
E foi durante
uma visita ao dentista que Ana Paula Silva, hoje com 33 anos, descobriu que
tinha hipertensão. Há quatro anos, durante uma cirurgia dentária, ao medir a
pressão arterial, se deparou com uma medida de 20/10; pressão considerada alta
para os médicos. “O normal, ou melhor, considerada tolerável para um adulto, é
de até 14/9”, explicou Adelson Miranda.
A partir de
então, Ana Paula se consulta regularmente com o médico e toma dois tipos de
medicamentos por dia. “Hoje sei que é preciso controlar a pressão. Eu me cuido
para que dias como aquele não aconteça mais”, disse a paciente.
O histórico familiar
e o excesso de sal contribuíram para o aparecimento da doença em Ana Paula. “O
médico pediu para eu diminuir consideravelmente o consumo do sal, que realmente
é algo que gosto bastante. Mas hoje já não faço mais isso”, contou.
A glicose é uma
importante fonte de energia para o organismo. Em excesso, no entanto, pode
causar uma série de complicações – incluindo ataques cardíacos, derrames
cerebrais, cegueira, hipertensão arterial e insuficiência renal, como aponta a
American Diabetes Association. Por isso é tão importante seguir um tratamento
regular para a diabetes, doença que provoca o aumento anormal do açúcar no
sangue.
“A pessoa não
deve deixar de consumir o açúcar, mas deve substituir por outros alimentos que
contenham o açúcar natural, como frutas e carboidratos. As próprias raízes,
como a macaxeira e o inhame também são indicados”, destacou Virgínia Beatriz,
médica da Sesau.
O problema é que
o açúcar refinado é de fácil digestão, sendo liberado rapidamente no sangue, e
produzindo um hormônio chamado insulina, responsável por transformar o açúcar
em gordura. “A retirada do açúcar do sangue acontece de forma rápida,
provocando a hipoglicemia (falta de açúcar), e causam sintomas como a
sonolência, cefaleia, tensão nervosa e a irritabilidade. Por conta disso,
muitas pessoas consomem o açúcar em acesso para desfazer esses sintomas”, disse
a médica.
Mas nada disso
significa que sal e açúcar devem ser abolidos da alimentação diária. O sal (ou
cloreto de sódio) encontra-se em qualquer corpo vivo e, junto com outros sais
minerais, produz energia e reforça a resistência dos órgãos. Só que de acordo
com a Organização Mundial de Saúde, as necessidades ficam em torno de 6 gramas
por dia, incluindo o sal natural dos alimentos.
A carne, por
exemplo, já contém 65 mg de sal em l00g, o ovo, 122 mg e o peixe,140 mg em l00
g. Isso sem falar de uma fatia de pão, 114 mg. Isso também acontece com outras
altas dosagens contidas nas conservas, nos biscoitos, nas sopas, nos alimentos
semiprontos, e em algumas preparações açucaradas, onde o sal e o açúcar
acentuam o sabor, mas, em excesso, prejudica a saúde, podendo levar à morte.