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O
ranking é de setembro do ano passado, mas volta à tona no momento em que o
governo paranaense aprova uma redução nos benefícios previdenciários dos
professores do Estado.
A
votação da lei elevou as tensões e levou a um tumulto no qual pelo menos 170
pessoas ficaram feridas após a repressão policial de um protesto de professores
em Curitiba. Os professores paranaenses estão em greve desde sábado (25 de
abril).
Em
São Paulo, professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março,
reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
O
estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions
usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil.
Nele,
o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores,
por exemplo.
O
valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado
por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra)
fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas
de Hungria e Indonésia.
Os
salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil).
Os
professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de
aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo
lugar, o Chile, e menos de 8 em Portugal.
Combinando
fatores como estes com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os
países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como
o mais ineficiente da lista.
"Nossas
conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para
alcançar o objetivo da eficiência educacional", diz o relatório.
Para
a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual.
Os
dados mais recentes da OCDE mostram as debilidades no gasto educacional brasileiro.
Segundo
a organização, o gasto do governo brasileiro com educação cresceu rapidamente
desde o ano 2000, atingindo 19% do seu orçamento em 2011 – a média da OCDE foi
de 13%.
O
gasto público com educação chegou a 6,1% do PIB brasileiro, acima da média da
OCDE de 5,6%, e à frente da proporção de outros latino-americanos como Chile
(4,5%) e México (5,2%).
Porém,
o gasto do Brasil com a educação pública foi o segundo menor de todos os países
da OCDE e parceiros – US 3.066, contra uma média de US$ 9.487. O país ficou em
34º no ranking de 35 países da organização.
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