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dra. natalia cymrot
- minha vida
Existem várias razões para bolhas se formarem nos pés. A maioria se forma por
atrito dos pés com o chão, sapatos ou meias. Com o atrito, a camada mais
superficial da pele, a epiderme, se descola da segunda camada, a derme,
ficando, uma coleção de líquido entre elas, que vem dos vasos sanguíneos da
derme. Para prevenir estas bolhas por atrito, vaselina pode ser aplicada no
local de atrito entre os sapatos e os pés. Existem produtos disponíveis
comercialmente, na farmácia, á base de vaselina. Outra opção é proteger a área
com esparadrapo.
Além disso, queimaduras por frio ou calor também podem causar bolhas, bem como
micoses, que são infecções por fungos. As micoses podem ser diagnosticadas
através da raspagem superficial da descamação da pele e análise deste material
no microscópio, ou exame de cultura para fungos, feita em laboratório.
Outra doença que se apresenta com bolhas nos pés é a disidrose. É uma doença
comum, que cursa com bolhas nas mãos e nos pés e muita coceira. Pode acompanhar
uma micose, ou até mesmo ser uma reação a substâncias ou medicamentos usados
local ou sistemicamente. Atinge especialmente a face lateral dos dedos, as
palmas das mãos e as plantas dos pés. O prurido pode ser tão intenso que o ato
de coçar rompe as bolhas que eliminam um fluído transparente. Ocorre em surtos
que terminam com descamação da pele. Deve ser tratada com cremes ou comprimidos
de corticosteroides, que na maioria dos casos, resolvem o problema.
Doenças mais raras, genéticas, como as epidermólises bolhosas, onde há um
defeito na adesão entre as camadas da pele, podem cursar com bolhas.
Outras doenças autoimunes, em que o próprio sistema de defesa do organismo
ataca a pele, como lúpus eritematoso, penfigóide bolhoso, epidermólise bolhosa
adquirida, e outras, da mesma forma se manifestam com bolhas. Infecções
bacterianas da pele como o impetigo bolhoso também. Portanto, é muito
importante que o dermatologista examine o paciente para identificar a causa
precisa da bolha em questão.
Algumas pessoas são mais propensas a apresentarem bolhas nos pés, pelo formato
dos pés, por deformidades ortopédicas, como joanetes, por exemplo, que atritam
mais com os sapatos, por doenças que a pessoa já tenha, ou até mesmo porque a
pessoa tem facilidade em contrair micoses.
Tratando as bolhas nos pés
Se as bolhas ainda não estouraram, o ideal é não estourá-las, uma vez que o
teto da bolha é o curativo ideal para seu assoalho cicatrizar bem, impedindo
que haja infecção. É importante proteger a bolha com um curativo que não grude,
que pode ser gaze coberta por vaselina liquida, por exemplo, ou curativos
especiais chamados hidrocolóides, para manter a área longe de mais atrito e
contaminação.
Com o tempo, a pele cicatriza, a bolha vira uma casquinha e uma pele nova
aparece no local. No entanto, quando a bolha é muito grande, torna-se dolorosa.
Neste caso é melhor estourá-la com uma agulha estéril, para que o líquido saia
e deixe de distender a pele, causando dor. Mas mesmo assim, o teto da bolha não
deve ser retirado, pois ajudará a evitar que a área infeccione. Quando a bolha
infecciona, ela fica cheia de pus, o médico deve ser procurado e, neste caso, o
tratamento passa a ser baseado em antibióticos.