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O MEC (Ministério da Educação) liberou somente na semana passada dinheiro para quitar pagamentos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) referentes a 2014. Segundo a pasta, foram liberados R$ 200 milhões para repasses a instituições privadas que oferecem vagas do programa. O MEC garante que agora não haverá mais atrasos no Pronatec, uma das bandeiras educacionais do governo Dilma Rousseff.
Os procedimentos de pagamento estão em
tramitação, segundo a pasta. O que significa que as instituições não
necessariamente receberam as quantias, o que pode demorar ainda alguns dias.
Por causa dos atrasos, algumas instituições adiaram a volta às aulas para alunos que estão com cursos em andamento. O adiamento das aulas foi tratado em reportagem de segunda-feira, 30, do jornal Folha de S.Paulo. Pelo menos duas escolas, uma do Paraná e outra de Minas Gerais, tiveram de mudar o calendário. As aulas do colégio mineiro Augustus, por exemplo, só voltarão no dia 6 de abril - um mês após o previsto.
Instituições particulares têm
recorrido a empréstimos para arcar com as contas. "As escolas estão
passando por uma situação complicada sem os repasses, principalmente as
pequenas", disse o diretor executivo da Associação Brasileira de
Mantenedoras do Ensino Superior, Sólon Caldas. Havia atrasos referentes aos
meses de novembro, dezembro e janeiro.
Normalmente, o MEC paga os valores até 45 dias após o mês letivo. A próxima previsão é de que um novo pagamento seja feito até 15 de abril. Em fevereiro, o MEC liberou R$ 119 milhões para pagamento das mensalidades das instituições privadas, valor que não foi suficiente para cobrir todo o déficit.
Ajuste
Os atrasos são reflexo de ajuste
fiscal do governo iniciado ainda no ano passado - e sem relação com
represamento de recursos por causa do atraso na aprovação do orçamento deste
ano. "Esses valores de novembro e dezembro já deviam estar previstos no
orçamento do ano passado", afirma Sólon.
Nos dois primeiros meses do ano, os
gastos com o Pronatec foram 58% menores do que no mesmo período de 2014. O
governo também não definiu quantas novas vagas serão oferecidas neste ano.
Previsto para maio, o começo das aulas foi adiado para junho. A presidente
Dilma voltou a reafirmar o compromisso de oferecer 12 milhões de vagas até o
fim do mandato. Entre 2011 e 2014, foram cerca de 8 milhões.
As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.