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Economia
20/03/2015 12:04:22

Com elevação do dólar, macarrão, pão e biscoito vão ficar mais caros

Com elevação do dólar, macarrão, pão e biscoito vão ficar mais caros
Massas inclusive pão encarecem com a subida do dólar

correiobraziliense //

simone kafruni

 

Sem condições de absorver o aumento dos custos, por conta da alta do dólar e das tarifas de energia, a indústria de massas, biscoitos, pães e bolos vai reajustar os produtos em 8%, em média, para o varejo. A medida deve ter um efeito cascata que vai alcançar o bolso dos consumidores. Isso porque, também pressionado por despesas cada vez mais elevadas, o comércio deve repassar o aumento dos derivados de trigo para os preços das mercadorias nas prateleiras de supermercados e padarias.

 

Conforme o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), Cláudio Zanão, o Brasil produz menos da metade do trigo consumido no país e precisa importar grandes quantidades de farinha de países do Mercosul, sobretudo da Argentina, do Canadá e dos Estados Unidos. Com a alta do dólar, que se valorizou 24% este ano, o custo de produção disparou e está anulando as margens de lucro das empresas do setor.

 

“Nas massas, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 40%, e nos pães e bolos, de 30%. Qualquer variação do preço do trigo tem impacto no setor”, destacou Zanão. Além da alta do dólar, a indústria alimentícia se ressente dos reajustes de energia elétrica e do efeito da alta do diesel no custo dos fretes para transporte das mercadorias. “Este ano, tudo está aumentando muito, até as embalagens estão mais caras”, disse o presidente da Abimapi.

O aumento dos derivados de trigo vai se somar a tantos outros que desagradam aos consumidores. “Subiu o preço de tudo”, lamentou a estudante Maria Laura Gonçalves, de 22 anos. Em casa, ela acredita que os maiores gastos são com a conta de luz e com a alimentação, e vem cortando alguns produtos. “O ovo de Páscoa vai ficar para o ano que vem”, disse. “Está tudo muito mais caro que no ano passado. Tem coisa que nem compensa mais comprar”, disse a tecnóloga de alimentos Cecília Fernandes, 24 anos. Para driblar os preços altos, além de gastar menos com supérfluos, ela evita usar o carro.