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fundação marei
cecília souto Vidigal
Desde que o uso dos computadores, tablets e celulares tornou-se quase universal, escrever usando lápis e papel virou algo raro para muitas pessoas. Algumas escolas têm introduzido, cada vez mais cedo, a tecnologia no lugar de cadernos e canetas. Mas será que essa mudança radical faz bem ao desenvolvimento infantil?
Um estudo realizado por
neurocientistas da Universidade de Bloomington, nos EUA, avaliou a importância
da escrita à mão para o desenvolvimento da criança. Os pesquisadores
analisaram o comportamento do cérebro de meninos e meninas não alfabetizados,
mas que conheciam as letras, não sabendo ainda como juntá-las para formar as
palavras.
Eram dois grupos de crianças.
Um foi estimulado a copiar no papel letras diferentes. Outro trabalhou as
letras usando o teclado. Além de avaliar a capacidade dos dois grupos, os
cientistas monitoraram os cérebros, antes e depois do exercício, por meio de
ressonância magnética, para identificar as áreas ativadas e entender o que
acontece quando as crianças aprendem as letras.
O que perceberam é que aquelas que copiaram à mão mostraram padrões de ativação do cérebro semelhantes aos de pessoas já alfabetizadas. Já o cérebro das crianças que usaram o teclado para realizar a atividade parecia ficar “ligado”, respondendo de forma diferente.
A conclusão dos exames feitos
mostram que a prática à mão ajuda a estabelecer uma ligação entre o processo de
escrever e o de aprender a ler. Outro benefício da escrita com lápis ou
caneta é o desenvolvimento de habilidades motoras mais sofisticadas, importantes
à maturidade cognitiva da criança pequena.