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todas as vozes
Atualmente, não conseguir deixar de fumar é justificável
ou é apenas um indício de falta de força de vontade do fumante? Para falar
sobre o assunto, o Todas as
Vozes desta segunda-feira (2), conversou com o médico
pneumologista e do trabalho, Alberto de Araújo, que é também coordenador do
Núcleo de Estudos e Tratamentos do Tabagismo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
Para o médico, a dependência ao fumo está longe de ser algo simples. "Ela
envolve muitos mecanismos genéticos, comportamentais e emocionais na
dependência que é considerada uma das mais fortes. Não envolvendo somente a
força de vontade, o que torna tudo uma questão bem complexa. E mesmo com todos
as medidas que têm ajudado os fumantes a buscar ajuda, ainda há aqueles com
dificuldade em deixar o fumo", disse Alberto.
Ainda segundo o médico é preciso que a pessoa faça uma tentativa buscando
inclusive grupos de ajuda, para aliviar o sintoma, e assim parar de fumar. Com
a ajuda profissional, ele disse que a possibilidade de parar de fumar aumentam
em 40%. No serviço público Disque Saúde 136 há indicações de centros de saúde
que oferecem tratamento gratuito para o tabagismo.
Será que o tabagismo é mais combatido nos dias de hoje? Alberto Araújo destacou
a dependência de 80% dos jovens que iniciam antes dos 20 anos. "É uma
publicidade ainda bastante aberta, no teatro, no cinema que acaba favorecendo a
busca do cigarro. Ainda há, por exemplo, publicidade na internet, que é um
território livre para qualquer publicidade. E tem a questão da proibição para o
jovem que vive aquele momento de rebeldia, próprio da adolescência",
ressaltou o médico.