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Alagoas
03/03/2015 08:34:49

Corte de 10% na Saúde atrasa salários e para reforma em postos de AL

Corte de 10% na Saúde atrasa salários e para reforma em postos de AL
Ilustração

gazetaweb //

clariza santos e lariza bastos

 

O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems) denunciou desfinanciamento da saúde, em entrevista coletiva ocorrida na manhã desta segunda-feira (02). De acordo com o órgão, em 2002, o governo federal investia 52%, número que passou para 42% desde 2013. A queda implicaria no atraso do pagamento dos salários dos funcionários, além de reformas em unidades de saúde.

Após coletiva, o Cosems participou de uma reunião na Associação dos Municípios de Alagoas (AMA). Durante a reunião, a secretária da Sesau anunciou que deve ir à Brasilia nesta quinta-feira (5), onde deve se reunir com a bancada de Deputados Federais de Alagoas. Ainda durante o encontro, a comissão informou que deve tentar uma reunião com o Ministro da Saúde, Artur Chioro.

Além de cobrar ações, o Cosems também denunciou o abandono. O dinheiro para a reforma de postos teria sido enviado incompleto. Dos R$ 114 mil da primeira parcela, as prefeituras só teriam recebido R$ 14 mil. O repasse de novembro foi debitado apenas no dia 9 de janeiro e isso dificultou a realização de pagamentos.

"É preciso parar de fazer de conta que fazemos saúde no Brasil", declarou o diretor financeiro do Consems, Sivaldo Clemente. Em Maceió, 30% dos cortes dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) seria por conta da insuficiência de recursos.

Sivaldo disse que o corte tem complicado a vida dos municípios, já que tanto a população quanto os procedimentos tiveram um crescimento. "Em 10 anos, o custo da saúde aumentou, mas os investimentos não. A saúde não tem sido acompanhada pelo Governo Federal. A tabela do SUS não acompanhou a inflação", acrescenta.

PSF

O diretor citou um exemplo do desfinanciamento com o incentivo do Programa Saúde da Família. Segundo ele, o valor enviado pela União é de R$ 10.220, mas o custo com uma equipe é de R$ 32 mil.

Ele ressaltou que as administrações municipais têm arcado com 20% dos investimentos na área da saúde e que, por ano, uma cidade como Arapiraca receberia R$ 500 reais por habitante – uma consulta especializada no SUS paga R$ 10, enquanto em um plano de saúde custa R$ 150, em média.

"São R$ 60 bilhões a menos para atender a saúde de alta e media complexidade e a atenção básica. Municípios como Penedo e União dos Palmares recebem R$ 6 mil para custear todo o atendimento da saúde. Essa situação é humanamente impossível", avaliou a presidente do Cosems, Normanda Santiago.

Ela ainda destacou que o conselho pretende reivindicar apoio junto aos prefeitos para que convoquem deputados federais para discutir o assunto. "Vamos nos reunir com o presidente da AMA para reivindicar nossos recursos, pois estamos vivendo uma desassistência por parte do governo federal", conclui.