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clariza santos e lariza bastos
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas
(Cosems) denunciou desfinanciamento da saúde, em entrevista coletiva ocorrida
na manhã desta segunda-feira (02). De acordo com o órgão, em 2002, o governo
federal investia 52%, número que passou para 42% desde 2013. A queda implicaria
no atraso do pagamento dos salários dos funcionários, além de reformas em
unidades de saúde.
Após coletiva, o Cosems participou de uma reunião na Associação dos Municípios
de Alagoas (AMA). Durante a reunião, a secretária da Sesau anunciou que deve ir
à Brasilia nesta quinta-feira (5), onde deve se reunir com a bancada de
Deputados Federais de Alagoas. Ainda durante o encontro, a comissão informou
que deve tentar uma reunião com o Ministro da Saúde, Artur Chioro.
Além de cobrar ações, o Cosems também denunciou o abandono. O dinheiro para a
reforma de postos teria sido enviado incompleto. Dos R$ 114 mil da primeira parcela,
as prefeituras só teriam recebido R$ 14 mil. O repasse de novembro foi debitado
apenas no dia 9 de janeiro e isso dificultou a realização de pagamentos.
"É preciso parar de fazer de conta que fazemos saúde no Brasil",
declarou o diretor financeiro do Consems, Sivaldo Clemente. Em Maceió, 30% dos
cortes dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) seria por conta da
insuficiência de recursos.
Sivaldo disse que o corte tem complicado a vida dos municípios, já que tanto a
população quanto os procedimentos tiveram um crescimento. "Em 10 anos, o
custo da saúde aumentou, mas os investimentos não. A saúde não tem sido
acompanhada pelo Governo Federal. A tabela do SUS não acompanhou a
inflação", acrescenta.
PSF
O diretor citou um exemplo do desfinanciamento com o incentivo do Programa
Saúde da Família. Segundo ele, o valor enviado pela União é de R$ 10.220, mas o
custo com uma equipe é de R$ 32 mil.
Ele ressaltou que as administrações municipais têm arcado com 20% dos
investimentos na área da saúde e que, por ano, uma cidade como Arapiraca
receberia R$ 500 reais por habitante – uma consulta especializada no SUS paga
R$ 10, enquanto em um plano de saúde custa R$ 150, em média.
"São R$ 60 bilhões a menos para atender a saúde de alta e media
complexidade e a atenção básica. Municípios como Penedo e União dos Palmares
recebem R$ 6 mil para custear todo o atendimento da saúde. Essa situação é
humanamente impossível", avaliou a presidente do Cosems, Normanda Santiago.
Ela ainda destacou que o conselho pretende reivindicar apoio junto aos
prefeitos para que convoquem deputados federais para discutir o assunto.
"Vamos nos reunir com o presidente da AMA para reivindicar nossos
recursos, pois estamos vivendo uma desassistência por parte do governo
federal", conclui.