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reuters – silvio cascione e alonso soto
Agora, cientistas do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, acreditam ter capturado imagens desse
fenômeno, e mostram como o odor chega ao ar, em um artigo publicado na revista Nature
Communications.
Usando câmeras de alta velocidade, os pesquisadores
observaram como as gotas de chuva aprisionam minúsculas bolhas de ar no momento
em que tocam o solo.
Segundo os estudiosos, as bolhas quicam de volta em
direção às gotas e "estouram", produzindo gotículas líquidas ou
partículas sólidas extremamente finas que ficam suspensas no ar como uma névoa
ou fumaça.
Os autores acreditam que essas minúsculas partículas não
apenas espalham elementos aromáticos do solo como também bactérias e vírus
armazenados ali.
Curiosamente, eles descobriram que mais partículas são
produzidas por chuvas leves ou moderadas que por tempestades, e elas viajam
espalhadas pelo vento.
Explicação para doenças
"Todo dia chove. Em algum lugar do mundo, está
chovendo neste instante", afirma Cullen Buie, professor de engenharia
mecânica do MIT.
"É um fenômeno muito comum, por isso ficamos
intrigados em saber por que nunca ninguém havia investigado esse mecanismo
antes."
Cientistas já haviam demonstrado que as gotas de chuva
podem armazenar e liberar partículas quando caem sobre água, mas esta foi a
primeira vez que o processo foi observado no solo.
Os resultados podem ajudar a explicar como algumas
doenças podem ser transmitidas pelo solo. Os autores do estudo estão agora
analisando se contaminantes como a bactéria E. coli pode se espalhar
significativamente através da chuva.