g1 //
helton simões
gomes
Após o roubo e furto de
celulares subir 150% no estado, a Polícia Civil de São Paulo começou a pedir às
operadoras o bloqueio dos aparelhos para tornar o crime menos atrativo. No
Brasil, telefones móveis travados por terem sido roubados ou perdidos compõe um
banco de dados que já tem mais de 5 milhões de registros, segundo a associação
ABR Telecom.
O número de aparelhos
incluído no Cadastro de Estações Móveis Impedidas em janeiro deste ano era de
5.074.594. O número é o equivalente à média mensal de smartphones vendidos no
Brasil no terceiro trimestre de 2014, quando as lojas do varejo barerem recorde
nesse segmento.
Esse número é 2% superior ao
contabilizado em dezembro de 2014, de 4.959.662. O avanço e o volume total, no
entanto, não são suficientes para mostrar que houve uma escalada de roubos de
celular no Brasil, já que nem todo aparelho alvo de criminosos vai parar no
Cemi.
lém disso, o número é
cumulativo, ou seja, considera o número total de aparelhos uma vez incluídos e
não retirados no cadastro –caso o dono recupere seu celular, é possível
desbloqueá-lo.
'RG do celular'
Se o volume total de celulares bloqueados cadastrados no Cemi não servir como
indicador de criminalidade, em São Paulo, as estatísticas de violência mostram
uma explosão de crimes visando os aparelhos. Em 2014, de todos os objetos
roubados no estado, 20,6% eram celulares. O índice de roubo do item subiu
149,59% no ano. Por isso, a polícia vai pedir o bloqueio dos aparelhos assim
que um boletim de ocorrência for aberto.
A inclusão dos aparelhos no
Cemi necessita da informação do número de Identificação Internacional de
Equipamento Móvel, o Imei, uma espécie de “RG do celular”. O número, que pode
ser um alienígena para donos de celulares, é fácil de achar. Está no verso dos
aparelhos ou dentro do chassi, abaixo da bateria. Se ficar difícil de
encontrar, basta digitar “*#06#” no teclado.
Sem ligação
Destino do Imei dos aparelhos bloqueados, o Cemi foi criado em novembro de 2000
para que as operadoras possuíssem um só sistema que mostrasse quais eram os
celulares que não deveriam ser usados por quaisquer clientes. A gestão dele
ficou a cargo da ABR Telecom, uma associação das próprias teles para elaborar
tecnologias a serem adotadas pelo setor.
O bloqueio apenas
impossibilita o aparelho de fazer ou receber chamadas telefônicas, além de
trocar SMS. Isso ocorre porque as ligações que entram na rede das teles são
identificada pelo número de Imei do aparelho que as efetua. A partir do momento
que um desses “RGs” é localizado, o celular entra para o Cemi. O travamento não
é capaz, porém, de incapacitar o celular de acessar a internet via redes de
Wi-Fi ou de servir para armazenar arquivo.
A ABR Telecom também gerencia
a portabilidade de números de uma empresa para outra, além de ser a entidade
supervisora da infraestrutura ociosa que as grandes empresas têm de colocar à
disposição das pequenas companhias.