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minha vida
No dia 27 de 2014 deste ano a presidenta Dilma Rousseff sancionou o
projeto da Lei da Palmada, contra qualquer tipo de castigo que envolva
sofrimento físico à criança.
Quando paramos para pensar em como queremos educar nossos filhos,
muitos de nós respondem que gostariam de fazer bem diferente do que recebemos
quando criança, principalmente no que se refere ao bater. Muitos pais e mães de
hoje levaram seus tapas, cintadas e chineladas quando criança e hoje percebem
que esse não é um bom caminho. Como pais buscam o diálogo, a aplicação das
consequências, escolhas e limites colocados de uma maneira produtiva e
respeitosa.
Mas em algumas situações parece que ficamos sem saber o que fazer e
quando saímos do sério, o tapa volta a aparecer. Pais e mães tristes, crianças
tristes ou mesmo bravas, é iniciado um ciclo que pode crescer e tomar conta do
dia a dia de uma maneira bastante complicada.
Quando batemos em nossos filhos eles aprendem algumas coisas:
Aprendem a ter medo do mais forte, e isso pode seguir por bastante tempo
na vida.
Aprendem que é batendo que se resolvem os momentos difíceis, afinal é
assim que vê seus pais resolvendo os mesmos momentos
Aprendem que o tapa vale mais do que o diálogo, a conversa.
Quando pais batem em seus filhos, normalmente buscam controlar alguma
situação, mas os adultos nessa mesma situação, encontram-se completamente
descontrolados. É muito confuso para a criança pensar que esse nosso
descontrole que surgiu através do tapa , serve para educar ou controlar algum
momento.
Toda essa confusão faz com que a criança não aprenda, afinal ela
interrompe o que estava fazendo por conta do susto que leva, do medo que sente.
Acontece que dificilmente aprenderá, isso porque não vive o processo natural de
que toda ação tem sua consequência. Quando esse processo é interrompido, é como
se a reflexão também fosse interrompida.
Essa é a grande armadilha, porque muitos pais pensam que o tapa funciona
porque a criança realmente interrompe o que estava fazendo. Mas isso acontece
com o susto e não por ganho de consciência. O que vem depois? A atitude se
repete e os tapas se tornam mais frequentes. Fora que com o tapa e com essa
falta de respeito iniciamos um embate que pode se tornar bastante complexo.
Afinal, um ganha e o outro perde e a criança, ao perceber isso, faz também de
tudo para vencer esse embate.
Esse caminho gera medo, distância e muitas vezes até a mentira aparece como sendo a única maneira de evitar esse momento, o tapa. As crianças hoje entram nesse embate porque de alguma maneira, não toleram falta de respeito, mas normalmente sua forma de agir para vencer os embates é através da falta de respeito também. Com esse ciclo fechado, pais e filhos se afastam e a comunicação, o encontro e o respeito se tornam grande objetivos difíceis de alcançar.
Com firmeza amorosa, respeito e aplicando a constância, a coerência na
forma de corrigir e a consequência de suas atitudes, o que encontramos são
famílias unidas, parceiras e crianças crescendo com amor, respeito, e a real
educação. Todos na ação de educar. Educação positiva que gera crescimento para
todos.
Fazer com que o outro faça algo que você quer não é difícil. O precioso
é perceber por que motivo essa pessoa mudou sua atitude. Por medo, por estar
sem saída, ou por amor, por ganho de consciência? A paisagem que vemos nessa
caminhada depende dos lugares que caminhamos. E nós, os adultos, temos essa
escolha.