zerohora
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jane e. brody
– the new york times
Após um exame de
glicose de rotina, em 2006, Randi Sue Baker, uma senhora de 64 anos muito acima
do peso e que mora em Nova York, descobriu que estava perto de desenvolver
diabetes tipo 2. Com esse resultado, ela entrou para o grupo de 79 milhões de
norte-americanos acima dos 20 anos que sofre de pré-diabetes. Desses, até 70%
desenvolverá a doença, mas 90% nem sabe do risco que corre.
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desenvolver diabetes tipo 2
Há mais de cinco
anos, Randi monitora a ingestão de calorias, os tipos e a quantidade de
carboidratos que consome e o equilíbrio de sua dieta de forma geral. E se
exercita cinco dias por semana, caminhando 30 minutos e nadando uma hora na
piscina.
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bem-estar
Também fica de
olho no nível diário de glicose no sangue e toma um medicamento chamado
metformina para mantê-lo normal. Periodicamente, seu médico verifica o volume
da hemoglobina glicada (A1C), outro indicador de diabetes, para ter certeza de
que não subiu.
Pessoas com
peso normal também podem desenvolver o problema
Os fatores de
risco mais importantes para desencadear uma situação como a de Randi incluem
histórico familiar da doença, diabetes gestacional, estar acima do peso ou
obeso, sedentarismo e idade.
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Embora os quilos
a mais sejam um dos principais pontos nessa lista, pessoas com peso normal
também podem acabar sofrendo com a doença se tiverem muita gordura no abdômen.
Segundo a endocrinologista e especialista em diabetes da Universidade de
Minnesota Elizabeth Seaquist, a chamada obesidade central pode explicar por que
os asiáticos desenvolvem o diabetes ao atingirem um peso bem abaixo do nível
limite.
Elizabeth
considera o pré-diabetes "um aviso de alerta" e enfatiza que mesmo um
emagrecimento modesto ajuda: uma perda de 7% a 10% da massa corporal já mostra
resultados. E ninguém precisa se tornar um fanático por exercícios para
emagrecer.
— Atividade
moderada, 30 minutos por dia, cinco ou mais dias por semana ajuda muito, e
ainda pode ser dividida em segmentos de 10 minutos — diz.
E também dá um
conselho para quem não costuma cuidar da saúde.
— A gente
costuma comer muito mais do que precisa, o que não é saudável mesmo para quem
não tem diabetes. Deveríamos evitar as bebidas altamente calóricas. Elas
dificultam o controle do consumo de alimentos. Beber água é sempre melhor.
Os efeitos da
doença
— Entre as
graves complicações do diabetes estão as doenças cardíacas, AVCs, a problemas
renais e nervosos, a doenças ópticas (que podem levar à cegueira), nos pés (que
podem levar a amputações) e perda de audição.
— O
diabetes é a principal fator que leva à cegueira, problemas renais e
amputações, além de estar ligada à demência e ao Alzheimer.
— A
obesidade e o sedentarismo são as duas principais causas do diabetes tipo 2.
— Os
especialistas preveem que, até 2050, um em cada três adultos no mundo terá
diabetes.
— O risco
de desenvolver a doença aumenta com a idade. Atualmente, 25% dos
norte-americanos com 65 anos ou mais são diabéticos.
O que é o
pré-diabetes
— A pessoa
que sofre de pré-diabetes tem um nível de glicose no sangue mais alto que o
normal, mas ainda não no nível da doença em si — e embora nem todos a desenvolvam,
com o tempo a condição pode causar praticamente os mesmos danos aos tecidos e
órgãos do corpo.
— O
problema começa antes mesmo de os níveis começarem a subir, quando o organismo
se torna resistente aos efeitos da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas
que regula o volume de glicose que circula livremente pelo corpo.
— Sua
principal função é levar a glicose às células para ser usada como energia ou
armazenada para futura necessidade. A resistência à insulina, prenúncio do
pré-diabetes, faz com que as células beta do pâncreas produzam o hormônio cada
vez mais para manter o nível normal da glicose.
— Aos
poucos, elas se desgastam e levam ao aumento de glicose no sangue, o
pré-diabetes e o diabetes em si.