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denis marum
O óleo é um dos principais itens de manutenção. Ele está diretamente
ligado à vida útil do motor do carro e, caso falte, parte das peças internas
pode derreter devido ao excesso de calor gerado pelo atrito e pela combustão.
Mas nem sempre vale a pena completar o nível do óleo. Veja a seguir respostas
para as principais dúvidas sobre isso:
Posso checar o óleo
com motor quente?
Cuidado com frentistas apressadinhos. Você não deve verificar o nível de óleo
assim que chegar ao posto, pois com o motor muito quente uma parte do óleo
estará dispersa na região superior do motor, impedindo que a vareta quantifique
o volume total de óleo no fundo do cárter (reservatório de óleo que fica no
fundo do motor). Abasteça primeiro, calibre os pneus e por último peça a verificação
do nível do óleo.
Vale a pena completar
o óleo?
Todo motor consome óleo. É por isso que a vareta medidora possui duas
marcações: mínimo e máximo. O consumo varia de acordo com a quilometragem e com
o desgaste interno do motor. Alguns veículos consomem mais e outros menos, e
isto não significa que o mais antigo obrigatoriamente tenha alto consumo de
óleo e nem que todo carro novo consuma pouco óleo. Tudo dependerá do estado de
conservação interno do motor e das características de projeto de cada motor. O
que podemos afirmar é que as trocas regulares, dentro dos prazos de validade,
garantem uma vida longa ao motor.
Sabendo que todo carro
consome óleo, você não precisa completar o óleo a cada vez que o nível abaixar.
O importante é não deixar que o nível atinja da marcação “mínima” (veja no
vídeo acima). Se estiver nesta situação, verifique a quilometragem de troca na
etiqueta do vidro. Caso esteja próximo do momento da troca, é melhor antecipar
a troca completa.
Se você possui um carro com
motor “cansado” (alto consumo de óleo), antes de qualquer viagem mantenha
sempre o nível no máximo, completando com a mesma especificação e a mesma
marca. Se você tem que repor óleo com frequência, antes de retificar o motor
verifique se a mangueira (ou válvula) do respiro do cárter não está entupida.
Procure também por vazamentos na parte externa do motor.
Dá para identificar o
momento da troca do óleo apenas friccionando o óleo nos dedos?
Não, todo óleo escurece depois de alguns dias de uso e a viscosidade, entre
outras propriedades, exige equipamento específico para análise, porém alguns
problemas podem ser detectados ao checar a vareta: se o óleo estiver
esbranquiçado é sinal de que ele está contaminado com água (em razão de
vazamento interno). Outro sinal de problema é quando você nota a presença de
graxa consistente na vareta: significa que você perdeu, e muito, o momento da
troca. Quando seu óleo se transforma em uma graxa não basta apenas trocá-lo, é
necessário fazer uma limpeza interna do motor com o auxílio de detergentes
específicos para este fim. E não se esqueça de substituir o filtro de óleo.
Faz mal colocar óleo
não especificado pelo fabricante?
É um risco. No projeto construtivo, após longos testes de durabilidade e
desempenho, é que as montadoras definem qual tipo de óleo trará os melhores
resultados na redução de atrito, na limpeza e na dissipação de calor. Com todo
respeito aos frentistas de postos, é melhor abrir o manual do proprietário e
verificar qual a especificação indicada pelo fabricante. A famosa frase
“doutor, põe este que é excelente” pode causar algum desconforto no seu bolso.
Por outro lado, colocar um óleo barato e inferior poderá gerar grandes
problemas a médio ou longo prazo. Não se trata de favorecimento desta ou
daquela montadora nem de qualquer marca de óleo, mas sim de valorizar e
respeitar o trabalho de pessoas que dedicam anos no estudo e desenvolvimento de
produtos que efetivamente tragam resultados consistentes. No manual do
proprietário, a especificação estará neste formato: MARCA SAE 20 W 40 SF (os itens
destacados serão diferentes para cada tipo de motor).
Posso misturar duas
marcas diferentes com mesma especificação?
Não é recomendado. Apesar de possuir a mesma especificação, óleos de marcas
diferentes costumam conter aditivos químicos diferentes que quando misturados e
aquecidos podem gerar subprodutos não desejáveis. A situação é pior quando se
mistura óleo mineral com óleo sintético. Misture duas marcas diferentes apenas
em situações emergenciais de falta de óleo no motor e, assim que possível, faça
a troca completa do óleo e a do filtro.