cadaminuto //
Uma semana depois de o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas, recorrer ao Ministério Público Estadual (MP) para que o secretário da Fazenda, Maurício Toledo, autorizasse o repasse total de recursos do Fundo Estadual da Saúde para a realização de pagamentos, o gestor da saúde pública estadual teve mais uma surpresa na manhã desta terça-feira (30), ao descobrir que os recursos reservados para o pagamento da folha da primeira faixa salarial dos servidores da saúde não foram liberados para hoje, como havia anunciado o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).
A situação abriu um novo capítulo na briga de Villas Bôas com Maurício Toledo e até precisou da intervenção do secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, após o gestor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) cobrar do governador uma solução imediata. Vilela garantiu que “o erro seria corrigido” ainda hoje. E Machado atuou como bombeiro, indo na sede da Sesau logo cedo. Mesmo assim, Villas Bôas não perdoou a possível retaliação.
Informações da assessoria do governador indicam que a solução encontrada foi transferir o pagamento da folha de pagamento desta primeira faixa salarial da Saúde para a próxima sexta-feira (2), já em 2015, no novo governo de Renan Filho.
Assim como os demais servidores de todos os órgãos públicos do Estado, receberiam salários hoje os servidores integrantes da primeira faixa salarial, que recebem até R$ 2.050, que representam cerca de 70% da folha da Saúde.
Histórico de atritos
Na semana passada, Villas Bôas cobrou junto ao MP o recebimento integral dos 12% da arrecadação do Estado, correspondentes ao Fundo estabelecido por lei. A iniciativa provocou atrito entre os gestores da Sesau e da Fazenda, porque apenas pouco mais de R$ 20 milhões havia sido repassado, do total de R$ 30 milhões. E ainda cerca de R$ 12 milhões do que entrou em caixa estava bloqueado por um limitador orçamentário que só poderia ser revertido por uma decisão de Maurício Toledo.
O Blog não conseguiu contato com o secretário Villas Bôas e aguarda retorno da assessoria com posicionamento de Maurício Toledo.
A situação de fechamento de contas da Sesau é grave, já que todo o montante recebido até o momento ainda não foi suficiente para a quitação de débitos com pessoal e programas. Um triste fim para o governo tucano, cujo chefe do Executivo argumenta que a redução dos repasses federais agravaram a crise neste momento de despedida da gestão do Estado.